Pote: Da lesão polémica aos jogadores dos rivais que levaria para o Sporting

Pedro Gonçalves, um dos rostos do bicampeonato do Sporting e recém-convocado para a Seleção Nacional, abriu o coração numa extensa e reveladora entrevista ao Canal 11, na qual explicou o atraso na recuperação da lesão que o afastou dos relvados durante boa parte da época — e confessou ter sido o principal responsável.
«Tive uma lesão no tendão do adutor da perna esquerda. Senti o tendão a estalar em Braga e estive dois meses a recuperar. Sabia que podia ser operado, mas optou-se por um tratamento natural. Na final da Taça da Liga, levantei-me para fazer um passe… e rasguei. Voltei para o balneário, pedi uma ressonância e percebi que tinha piorado. Senti-me culpado. Sabia que ia estar mais três meses fora. Foi horrível», explicou o camisola 8 dos leões.
Apesar do silêncio que manteve no balneário — «o Viktor e o Morten perguntavam, e eu não dizia» — o médio foi recompensado com o regresso ao onze e, agora, com o chamado de Roberto Martínez.
Chamada à Seleção e lágrimas no hotel
«Estava num quarto de hotel com a minha mulher quando vi a convocatória. Ela ficou entusiasmada, até chorou. Fiquei muito feliz, foi uma época complicada para mim.»
Pote — como é conhecido no universo leonino — abordou ainda o impacto emocional da saída de Rúben Amorim para o Manchester United:
«Foi o treinador mais importante da minha carreira. Lembro-me do dia, comecei a chorar. Tínhamos uma ligação muito forte, até a nível familiar».
Rui Borges e o desafio tático
Com Rui Borges, Pedro Gonçalves revelou ter encontrado um treinador «muito humilde e com grande caráter», que soube adaptar-se às necessidades do grupo:
«Senti que o grupo estava muito formatado no 3x4x3. O mister teve o mérito de ceder. A mudança para o 4x4x2 acabou por correr bem. Uma das qualidades dele é saber unir o grupo».
Também não escondeu as preferências:
«Gosto mais de jogar a médio a três, mas tenho-me safado como avançado interior. O meu forte não é defender».
Gyökeres, Trincão, e os “amigos do jogo”
Pedro Gonçalves não poupou elogios ao sueco Gyökeres, com quem criou uma relação próxima:
«Pedi eu e todos que ficasse mais um ano. Ele disse que não sabe o dia de amanhã. Temos uma ligação muito boa».
Sobre os colegas com quem mais gosta de jogar:
«Trincão, Morita, Bragança… até o Gonçalo Inácio. São do meu estilo. Se pudesse, jogava com eles a vida toda».
Final da Taça e ambição de dobradinha
Com a final da Taça de Portugal diante do Benfica ao virar da esquina, Pote admitiu:
«Vai ser um jogo 50/50. Vamos tentar controlar, mas há sempre stress. Queremos muito fazer a dobradinha»-
Cristiano, Arsenal e… Di María?
Questionado sobre ídolos e preferências, Pote foi claro:
«O meu ídolo é o Cristiano Ronaldo. Golo ao Arsenal? O melhor da minha carreira. Do Benfica contratava o Di María, do FC Porto talvez o Diogo Costa».