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Operação Pretoriano: J. Marques fala em “benfiquização” da AG do FC Porto

Francisco J. Marques, antigo diretor de comunicação do FC Porto, voltou esta terça-feira a estar no centro das atenções ao testemunhar na 15.ª sessão do julgamento da Operação Pretoriano, onde descreveu o ambiente vivido na polémica Assembleia Geral de 13 de novembro de 2023 como caótico e «inédito» no universo azul e branco.

Apresentando-se à juíza como «jornalista desempregado», Francisco J. Marques recordou que esteve presente na reunião magna «na qualidade de sócio», garantindo não ter sido intimidado, mas reconhecendo que o ambiente vivido foi de elevada tensão.

«Aquilo era um ar completamente irrespirável e estava imensa gente cá fora. Entrei e saí do auditório porque estava cheio. Nunca vi tanta gente desde 2012», relatou.

Questionado sobre o processo de credenciação, afirmou não se recordar de lhe ter sido entregue pulseira, embora admita que tal possa ter acontecido.

«Fui a uma mesa no parque de estacionamento, onde estavam duas hospedeiras, e depois fui para o auditório.»

«Benfiquização» e insultos na bancada norte

No testemunho prestado, o ex-dirigente portista apontou para uma alegada instrumentalização do ambiente da AG por parte de grupos de apoio à direção anterior, revelando ainda que identificou Fernando Madureira na bancada norte, onde se gerou «uma grande confusão». Segundo o próprio, o líder dos Super Dragões gesticulava de forma evidente, tentando acalmar ou organizar o grupo presente.

Apesar de negar ter presenciado episódios de agressão, Francisco J. Marques relatou a presença de uma mulher – alegadamente da PJ – a correr na direção da confusão.

«O senhor que estava com ela disse: ‘ela é da PJ, eles estão lixados’. Depois nunca mais a vimos».

Durante a sua intervenção no Porto Canal, Francisco J. Marques condenou os incidentes e usou uma expressão que causou impacto:

«Aquilo era uma espécie de benfiquização do FC Porto. Nunca tinha visto algo assim numa AG do clube. E no Benfica até já aconteceu o presidente apertar o pescoço a um sócio».

“Não aplaudes?” e insultos entre sócios

No relato, o antigo responsável da comunicação dos dragões descreveu um clima tenso, onde os insultos foram trocados entre sócios pró e contra a direção, e onde o habitual silêncio institucional deu lugar a gritos e provocações:

«O que se ouvia mais era aquela coisa do ‘não aplaudes?’ misturado com muitos insultos. ‘És um filho da p… e um cabrão’. Isso era de parte a parte», frisou, acrescentando que não se recorda de cânticos no Dragão Arena.

Assumidamente apoiante da anterior direção e de Pinto da Costa, Francisco J. Marques lembrou que se manifestou sempre de forma reservada por causa do seu cargo, mas confirmou que os Super Dragões estavam ao lado da direção em funções.

Próximos depoimentos no julgamento

O processo da Operação Pretoriano continua a agitar o universo portista. Estão já agendadas as audições de Lourenço Pinto, ex-presidente da Mesa da Assembleia Geral do clube, para a próxima quinta-feira, e de Vítor Baía, antigo vice-presidente da SAD, no dia 16.

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