Liga das Nações Não há duas sem três, Portugal!

«As finais não são apenas para jogar. As finais são para ganhar!» Dizia-o José Mourinho há 22 anos, a propósito da Taça UEFA (hoje Liga Europa) que conquistou pelo FC Porto diante do Sevilha (3-2, após prolongamento), disse-o ontem Cristiano Ronaldo e acredita nisso Roberto Martínez.
Portugal enfrenta hoje a quarta final da sua história e, depois da derrota na primeira (0-1, com a Grécia, no Euro-2004), nunca mais sentiu o sabor da desilusão sempre que chegou a um duelo decisivo: conquistou o inesquecível troféu de campeão europeu no Euro-2016, por conta do golo de Éder frente à França, em Paris (1-0), e repetiu a festa, três anos depois, no Dragão, elevando aos céus a taça da Liga das Nações, após vitória diante dos Países Baixos (1-0).
Esta noite, o adversário é a toda-poderosa Espanha, atual campeã continental. E, como não há duas sem três, a esperança lusitana reside na conquista do terceiro troféu por Portugal. O histórico com nuestros hermanos é desfavorável às cores portuguesas, mas, se o resumirmos aos últimos 25 anos, aí o cenário é bem mais luminoso para a Seleção Nacional.
Também desde 2000, são duas as vitórias de Portugal diante da Espanha — e também aqui pode entrar o ditado «não há duas sem três…» A saber: o fantástico 1-0 no Euro-2004, por conta de grande golo de Nuno Gomes e que apurou a equipas das quinas para os quartos de final; e um incrível 4-0 em 2010, num duelo particular na Luz que contou com dois golos de Hélder Postiga, um de Carlos Martins e outro de Hugo Almeida.
Num total de 11 confrontos diretos neste primeiro quarto do século XXI, Portugal tem então as já mencionadas duas vitórias, Espanha soma três e empates foram seis.
É certo e sabido que esta seleção espanhola surge como imparável e, às vezes, até assustadora, tal a facilidade, por exemplo, com que chegou a 4-0 e depois a 5-1 na meia-final com a França – os gauleses, porém, despertaram na ponta final e ainda chegaram ao 5-4. Mas também Portugal pode acreditar, sobretudo se a versão que se vir esta noite na Arena do Futebol de Munique for a dos últimos 35 minutos do duelo com a Alemanha (2-1) da meia-final.
Para isso, é preciso entender o que vai na mente de Martínez. Irá surpreender, novamente, o Mundo, como fez há quatro dias, quando, por exemplo, deixou Vitinha no banco e apostou em João Neves como… lateral-direito?
Pode ser que sim, mas até prova em contrário, é muito provável que regresse a um onze mais conservador, dando a ala destra a Nélson Semedo (ou Diogo Dalot), podendo, ainda assim, arriscar num meio-campo mais de construção do que de destruição, com a dupla campeã europeia pelo PSG, Vitinha e João Neves, no controlo da dinâmica e do ritmo, abrindo mais Bernardo Silva para a direita do ataque.