João Mário: “Tenho a certeza que é com Anselmi que vamos conseguir títulos”

Derrotas nos clássicos “custam ainda mais”, mas, não há muito tempo, era o FC Porto que “aniquilava”, ressalva João Mário, que pede “tempo” para que a ideia de jogo resulte em dividendos claros.
O que falhou durante a temporada?
—É difícil dizer… Acho que não foi falta de entrega, porque temos um grupo de trabalho em que todos querem muito ganhar. Se calhar, alguns dos que chegaram não perceberam bem a dimensão do FC Porto e a obrigação constante de vencer que há aqui. Os que estão há mais tempo tentam incutir um pouco desse sentimento. Mas nunca faltou trabalho e profissionalismo também não. Talvez tenhamos passado por fases em que os níveis de confiança não foram os melhores, o que levou a que caíssemos em certos momentos da época. E isso é complicado, porque as outras equipas têm muita qualidade e obrigam-nos a estar sempre no máximo se queremos ganhar títulos. Há que levantar a cabeça e trabalhar para, na próxima época, fazermos muito melhor, porque queremos ser campeões.
Vítor Bruno até começou bem, mas a viragem do ano foi, também, um ponto de viragem negativo.
—Sentimos-nos mal, porque sabíamos que a culpa não era de uma só pessoa. Quando perdemos, a culpa é de todos. Devido aos maus resultados, perdemos um treinador de que gostávamos muito. Por vezes, o futebol é injusto no aspeto de culpar apenas o treinador, e não é assim. A equipa é feita de todos, mas quem leva por tabela é quase sempre o míster. Foi o que aconteceu. Veio o míster Anselmi, com uma nova ideia de jogo. Há quem pense que um novo treinador põe logo a equipa a jogar, mas há ideias novas que são introduzidas e isso requer tempo. Muitas vezes, as pessoas não pensam nisso. Mas temos vindo a melhorar aos poucos. E só temos a melhorar ainda mais. No Mundial de Clubes, vamos mostrar às pessoas que estamos no bom caminho.
É, então, com Anselmi que o FC Porto vai resgatar o título nacional?
—A equipa está toda com ele e ele connosco. Temos um grande espírito de equipa entre todos e é com ele que vamos lutar pelo objetivo de ganhar jogos e títulos. É a isso que o FC Porto está habituado e tenho a certeza que é com o míster Anselmi que vamos conseguir.
Os clássicos não foram fáceis esta temporada. Sente que houve uma manifesta inferioridade em relação aos rivais?
—Perder contra os rivais custa sempre mais. Sentimos muita revolta depois de perdermos esses jogos. Sentimento de culpa, também, por aquilo que podíamos ter feito de diferente. Esta época perdemos, mas noutras foi ao contrário. Basicamente aniquilámos o Benfica no Dragão com um 5-0. São fases. Não atravessámos uma muito boa e agora queremos voltar ao nosso melhor para invertermos a situação na próxima época.
Fala-se muito da falta de “mística” no balneário atual. O que é que alguém como o João, que conhece bem o clube, pode dar nesse aspeto?
—Nós, que já estamos aqui há mais tempo, já percebemos bem a mística do clube e sabemos que entramos em todos os jogos obrigados a ganhar. Temos de incutir isso aos nossos companheiros, porque, por vezes, recebemos jogadores de clubes que, se calhar, não têm esta perceção do que é estar no FC Porto. Mas sinto que isso ganha-se rápido. Ganha-se jogando, integrando e percebendo bem a dimensão deste clube e todo o ruído que gera à sua volta. Temos de estar todos ao mesmo nível.
Quais são os objetivos para 2025/26?
—Os mesmos de sempre: ganhar títulos, principalmente o de campeão nacional, que é sempre o primeiro objetivo. Depois, chegar o mais longe possível na Liga Europa e vencer as taças. Não é segredo, porque são os objetivos que o FC Porto está habituado a ter. Não me desvio disso. É para conquistar tudo.