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Um dérbi sem história: Sporting goleia Benfica

Começou com uma mini surpresa dentro do contexto em que chegava o jogo 1, continuou com outra mini surpresa dentro daquilo que acontecera antes no jogo 2. Os dois primeiros dérbis da final da Liga de futsal contrariam a lógica habitual, com o Benfica a conseguir surpreender o Sporting no Pavilhão João Rocha no desempate por grandes penalidades (num jogo onde nunca esteve em desvantagem) e o Sporting a devolver da mesma forma na deslocação ao Pavilhão da Luz com apenas um golo sofrido em 40 minutos. Agora, o jogo 3 prometia ser a chave deste playoff, com tudo de volta à estaca zero e uma preparação que foi feita muita à base daquilo que se passou na passada quinta-feira, num encontro em que os leões foram melhores.

“Assumimos o jogo mas de uma forma diferente do que tínhamos feito em casa. Cometemos menos erros, jogámos com mais segurança e cada um percebeu o que tinha de fazer. Até começámos o jogo com um erro mas rapidamente reagimos e, depois, ficou muito difícil para o Benfica. O segredo passa por cada um fazer o seu trabalho e não entregar nada. Foi muito importante, até pela confiança com que encarámos o jogo a partir daí. A equipa estava a precisar de se pôr na frente do marcador. Depois soubemos gerir o jogo e na segunda parte até podíamos ter ampliado mais o resultado. É certo que o Benfica também teve as suas oportunidades mas sem cometermos erros fica muito difícil para o adversário. Agora, a equipa que tiver melhor atitude e mais compromisso é a que vai ganhar. Nestes jogos é tudo muito equilibrado e a diferença está nas coisas mais pequenas e simples”, apontara o internacional Tomás Paçó na antecâmara da partida.

“Procurámos destacar o que fizemos de bom. Contra o Sporting, por vezes perdemos e é preciso ajustar. A nossa equipa é muito forte mentalmente. Coletivamente, estamos a evoluir. Nas últimos cinco partidas, fizemos quatro incríveis. Nesta última não estivemos bem coletivamente mas tivemos muita entrega e brio. Queremos continuar com isso. Temos de recapitular, para competirmos muito fortes. Vamos lutar para ter uma história diferente. Os nossos adeptos fizeram a diferença. Não é fácil competir contra estas equipas. São um exemplo para nós. Se estão lá 40 minutos, nós temos o dever de estar na quadra a entregar-nos. Estamos mais vivos do que nunca e temos todas as condições”, salientara o técnico Cassiano Klein.

Apesar desse triunfo no desempate por grandes penalidades no jogo 1, o Benfica entrava no sétimo dérbi da temporada ainda à procura da primeira vitória no final dos 40 minutos entre três empates na Liga e outras tantas derrotas (uma nas meias da Taça da Liga, outra na final da Taça de Portugal, outra na passada quinta-feira no Pavilhão da Luz). Também não foi desta. E com o segundo triunfo na final, o conjunto verde e branco passou agora a estar apenas a mais uma vitória de chegar a um inédito pentacampeonato no futsal.

O encontro começou com um leão a todo o gás… e eficaz. Em menos de dois minutos, o Sporting chegou ao 2-0 com Alex Merlim a inaugurar numa recarga após remate de Bernardo Paçó numa subida com sucesso ao meio-campo contrário e Wesley a aumentar numa saída rápida com uma tentativa rasteira que deixou André Correia, na baliza em vez de Léo Gugiel, muito mal batido. Cassiano Klein tentava parar o que se passava na quadra, com a primeira paragem técnica a surgir logo nos cinco minutos iniciais, mas os erros da formação encarnada sucediam-se numa entrada falhada, com Taynan a marcar o 3-0 após um canto (8′).

O Benfica conseguiu equilibrar o jogo de forma paulatina mas continuava irreconhecível perante aquilo que fizera no arranque da final no Pavilhão João Rocha, sem capacidade em termos ofensivos e com lacunas a defender que poderiam ter ampliado a desvantagem. Do outro lado, o Sporting respirava confiança, era quase empurrado pelo apoio dos adeptos que esgotavam o recinto e continuava a gerir da melhor forma os momentos do jogo, sem esquecer a baliza contrária mas a apostar mais nas transições rápidas que depois iam encontrando as melhores finalizações. O intervalo chegou com o resultado mais desnivelado num dérbi esta temporada, com Cassiano Klein a ter muito trabalho pela frente para conseguir reentrar na discussão do jogo.

Era essa a ideia, não foi isso que aconteceu. O Benfica voltou a ter uma entrada temerária no encontro, Zicky Té aumentou para 4-0 (22′) e Alex Merlim chegou a festejar o quinto sem sucesso, com o VAR a anular um lance com novo erro de André Correia por corte com o braço de Diogo Santos. Não foi aí, foi pouco depois: recuperação de bola de Sokolov no meio-campo, trabalho 1×1 de Merlim e remate de pé esquerdo colocado ainda a bater no poste para o 5-0 (25′). Até ao final não haveria mais golos, com o Sporting a gerir o avanço da melhor forma e o Benfica a ficar 76 minutos sem marcar ao rival até Chishkala fazer o 5-1. Agora, na próxima quarta-feira (Pavilhão da Luz, 20h), os leões podem festejar o pentacampeonato em caso de vitória com os encarnados a quererem ter ainda uma palavra a dizer na questão do título em 2024/25.

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