Miguel Sousa Tavares anunciou esta quarta-feira, 20 de agosto, a sua saída do jornal Record, depois de um alegado “ataque difamatório” de Armando Esteves Pereira, diretor-geral editorial adjunto do Correio da Manhã.
A polémica estalou após Esteves Pereira ter escrito textos sobre Teresa Caeiro, ex-mulher de Sousa Tavares, insinuando que teria sido vítima de violência doméstica durante o casamento com o comentador, entre 2011 e 2017.
Na sua última crónica, o escritor foi categórico: “O diretor adjunto do Correio da Manhã dirigiu-me do nada um ataque difamatório de uma tamanha gravidade que, obviamente, não passará sem consequências. E a primeira delas é abandonar um jornal que pertence ao grupo empresarial e editorial do CM…”.
Em declarações adicionais, Sousa Tavares reforçou que irá recorrer aos tribunais: “Vou fazer o que tenho de fazer, não só para defender a minha honra, mas também a memória da Teresa”.
Do outro lado, Armando Esteves Pereira justificou a sua posição como um “imperativo ético”, rejeitando qualquer busca de protagonismo: “Nunca andei em ‘bicos de pés’, nem nunca procurei nenhum tipo de protagonismo. Acredito que o jornalista tem o dever de dar notícias, não ser protagonista delas. Mas estou de consciência tranquila. O bom-nome e a reputação são os bens mais preciosos que tenho”.
O diretor-adjunto do CM escreveu que Teresa Caeiro foi “uma vítima não contabilizada de violência doméstica em Portugal”, sublinhando que “houve uma relação tóxica na sua vida que lhe mudou mais do que a aparência e deixou marcas profundas no seu ânimo e afetou a sua saúde”.
A família da ex-deputada do CDS, que faleceu em julho aos 56 anos, reagiu pedindo “respeito, contenção e que a sua memória seja honrada”, repudiando os rumores e “falsidades” em torno da sua vida privada.
Sousa Tavares encerrou a sua colaboração no Record com pesar: “É sempre triste dizer adeus, sobretudo quando a despedida é inesperada e motivada por razões mesquinhas. (…) É com pena que me despeço dos leitores, mas não havia volta a dar”.
