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Pereira da Costa sobre o empréstimo obrigacionista: Construção do futuro do FC Porto

O novo empréstimo obrigacionista: “Trata-se de mais um empréstimo obrigacionista que se insere totalmente na nossa estratégia de financiamento do FC Porto e passa por termos, essencialmente, a nossa dívida financeira assente em empréstimos obrigacionistas de retalho como este que estamos agora a lançar e o empréstimo obrigacionista de longo prazo que foi lançado em novembro do ano passado, a Dragon Notes, de 115 milhões. A prazo, gostaríamos de ter a totalidade da nossa dívida financeira em empréstimos obrigacionistas de retalho como este último e o empréstimo obrigacionista de longo prazo, portanto uma dívida financeira total à volta de 200 milhões de euros. O empréstimo que estamos a lançar agora destina-se a refinanciar um empréstimo existente de 50 milhões que vence agora em abril de 2025. Nós vamos lançar este empréstimo com um montante de 30 milhões, mas, obviamente, dependendo da procura, podemos vir a aumentar o montante até ao limite máximo de 50 milhões. Não queremos ultrapassar o montante do empréstimo que vence agora, mas, obviamente, gostaríamos de o refinanciar na totalidade.”

As ofertas de troca e subscrição: “Este empréstimo vai ter duas componentes. Ao contrário do último empréstimo obrigacionista de retalho que fizemos no final do ano passado, que era um novo empréstimo e tinha apenas uma componente de oferta pública de subscrição, este vai ter duas componentes: uma de oferta pública de subscrição e uma de oferta pública de troca apenas e só para os obrigacionistas que têm as obrigações que vencem em abril de 2025. Esses investidores poderão submeter as suas obrigações para troca pelas novas, sendo que ser-lhes-á garantida a subscrição da nova operação. Esta é uma operação que vai ter uma taxa de juro de 5,5%, que é ligeiramente superior à taxa das obrigações que se vencem agora em abril de 2025. Quem optar pela troca, substitui obrigações que estão a vencer 5,25% ao ano por novas que irão vencer um juro de 5,5%. A taxa do último empréstimo obrigacionista foi de 5,25%, dado que foi um empréstimo com uma maturidade ligeiramente inferior a 3 anos. Foi lançado em dezembro de 2024 com vencimento em novembro de 2027, portanto 2 anos e 11 meses. Este novo empréstimo vai ter uma maturidade um pouco superior, serão 3 anos e 8 meses, daí também estarmos a oferecer um pequeno prémio adicional relativamente à última emissão obrigacionista de retalho.”

Um passo para o futuro: “Quero dar nota de que este empréstimo obrigacionista é um passo no sentido de continuarmos a construir o futuro do FC Porto. Aliás, a operação em termos de marketing vai ter aqui um bocadinho o logótipo ou a marca de rumo ao futuro. É um processo que agora continua, esta construção do futuro.”

O último Relatório e Contas: “As contas apresentadas em dezembro de 2024 mostram já sinais de uma boa recuperação em termos económico-financeiros. Nós, apesar de não termos participado na Champions League este ano e, portanto, termos tido uma perda de receita na ordem dos 40 milhões de euros, conseguimos ainda assim que os resultados líquidos fossem positivos com sinais também bastante interessantes em termos de recuperação e de receitas. Em receitas comerciais, excluindo a componente da UEFA, crescemos as receitas em cerca de 10 milhões de euros com uma componente bastante interessante da área da bilhética – os bilhetes jogo a jogo e os lugares anuais recuperaram e cresceram quase 33% face ao ano anterior. Na componente de redução de custos, que também é necessária, os custos com o pessoal reduziram 5 milhões de euros e o fornecimento de serviços externos decresceu 4 milhões de euros. Estes resultados de dezembro de 2024 lançam as bases para uma recuperação financeira do FC Porto, a qual pretendemos continuar a trilhar e na qual este empréstimo obrigacionista de retalho que hoje lançamos também se insere.”

A finalidade do movimento: “Esta operação e este empréstimo obrigacionista, como as operações de financiamento que temos vindo a fazer e que concretizamos no final do ano, destinam-se essencialmente a pagarmos passivo. No final do ano passado já pagámos um montante bastante significativo, chamemos-lhe de passivo desportivo, portanto estamos a falar em dívidas que tínhamos a clubes de futebol por transferências de jogadores e outras dívidas gerais a fornecedores gerais. Conseguimos também já começar a reembolsar alguma dívida financeira. No final do ano passado reembolsámos uma operação de papel comercial e outra operação mais pequena de empréstimo bancário. Já no início deste ano, e o prospeto desta operação faz referência a isso, amortizámos, em termos extraordinários, cerca de 16 milhões de euros da dívida financeira que está associada aos direitos televisivos. A concretização deste empréstimo obrigacionista de retalho vai permitir-nos continuar a pagar, neste caso, mais passivo e mais dívida financeira, sendo que, em particular, o passivo ou a dívida associada aos direitos televisivos tem uma taxa de juro bastante elevada e bastante onerosa para o FC Porto, acima dos 10%. Trata-se, no fundo, de emitirmos dívida mais barata, a 5,5%, que nos vai permitir reembolsarmos dívida financeira que está contratada a níveis bastante superiores e, portanto, também com isso, contribuir para a continuação da recuperação financeira do FC Porto.”

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