
Aantiga eurodeputada do Partido Socialista (PS) Ana Gomes foi constituída arguida num processo movido pela Solverde, após a empresa ter feito uma participação criminal na sequência de declarações da socialista sobre o sistema de controlo e regulação de jogos de casino.
A informação é revelada pela própria, em declarações ao Observador, onde disse que foi notificada esta quinta-feira pelo Ministério Público. Questionada, Ana Gomes disse que a única novidade que tinha sobre o caso Spinumviva (recorde-se de que tinha feito queixa sobre a empresa da família do primeiro-ministro), era a de que tinha sido “constituída arguida, num processo que a Solverde acionou” contra si própria, por ofensa a pessoa coletiva.
Em março deste ano, a Solverde – Sociedade de Investimentos Turísticos da Costa Verde S. A. considerou de “extrema gravidade e atentatórias do seu bom nome e reputação” as declarações de Ana Gomes sobre o sistema de controlo e regulação de jogos de casino. A participação criminal apresentada, acrescenta a empresa, visa “o apuramento de responsabilidades e o respetivo sancionamento”.
As declarações de Ana Gomes, relativas à empresa, segundo a própria, chamavam apenas à atenção “para o sistema de controlo do funcionamento de branqueamento de capitais que não funciona no país, em particular no setor dos casinos e jogo online e, obviamente, a pedir especial atenção para o caso da Solverde”.
A afirmação veio no seguimento de notícias que davam conta de que a Solverde enviava uma avença à Spinumviva.
A ex-eurodeputada, e comentadora política, chegou mesmo, por isso, a fazer uma participação à Procuradoria Europeia, com conhecimento às autoridades portuguesas, relacionada com a avença e com uma alegada falta de regulamentação nos casinos.
Ainda ao Observador, e sobre o caso Spinumviva, Ana Gomes considerou que o Procurador-Geral da República (PGR) devia ter aberto, de imediato, um inquérito: “Era aquilo que era processualmente correto e que dava todas as garantias, inclusivamente a quem eventualmente pudesse vir a ser constituído arguido nesse contexto”.
E defendeu: “Era até aquilo que melhor serviria os interesses, não só da Justiça, mas do próprio Governo e de Luís Montenegro”, considerando mesmo que o PGR tem evitado com “todas as suas forças” abrir um inquérito ao caso.








