Operação Pretoriano: Madureira perto de sair da prisão

O processo judicial da Operação Pretoriano, que levou à detenção de Fernando Madureira, líder dos Super Dragões, arrisca agora uma reviravolta inesperada. Com o julgamento sucessivamente adiado, cresce a possibilidade de Madureira ser libertado por excesso de prisão preventiva, caso os prazos legais continuem a ser ultrapassados.
Detido em fevereiro, Madureira é acusado de crimes como coação, ofensas à integridade física e instigação à violência, num processo que remonta à conturbada Assembleia Geral do FC Porto, realizada em novembro de 2023. Nessa reunião magna, vários episódios de agressões e ameaças a sócios marcaram o dia e geraram ondas de choque internas no clube. A justiça apontou rapidamente o dedo a elementos da claque organizada Super Dragões, com Madureira a tornar-se o rosto principal do inquérito.
Inicialmente, previa-se que o julgamento começasse em março deste ano, mas a complexidade do processo, associada a adiamentos logísticos e à necessidade de ouvir dezenas de testemunhas, atrasou a marcha judicial. A defesa do líder da claque já alertou para a proximidade do limite legal de prisão preventiva, defendendo que a manutenção da detenção sem julgamento viola princípios fundamentais do direito penal.
O caso é sensível para o FC Porto, que, apesar de formalmente afastado do processo judicial, continua a ser associado mediaticamente às consequências dos atos praticados por adeptos organizados. Internamente, cresce a pressão para que o clube reforce o distanciamento em relação a comportamentos violentos, num contexto de contestação crescente também à direção liderada por André Villas-Boas.
Nos próximos dias, o tribunal responsável pela Operação Pretoriano terá de decidir se a prisão preventiva se mantém ou se Fernando Madureira pode aguardar julgamento em liberdade. Seja qual for o desfecho, o impacto político e social no universo portista será inevitável.