
1 O Sporting foi superior ao Benfica – eis a tese de Rui Borges, tão cheio-de-si que torna cada vez mais anedóticas as conferências de imprensa sequentes às derrotas da sua equipa. O que lhe faltou, então, para levar a Supertaça do Algarve para Alvalade? Eu explico – e é simples: faltou-lhe um Matheus “nós aqui pisa na cabeça” Reis e um Tiago “VARgonha” Martins.
2 Tranquilo como se o erro mais crasso pudesse ser apagado tal qual giz em ardósia, o senhor Godinho explicou esta semana que a equipa de arbitragem já fez o luto da ignóbil forma como ofereceu a Taça de Portugal ao Sporting. Uma coisa posso garantir ao senhor Godinho e aos altos responsáveis pela arbitragem nacional: por tudo aquilo a que assistiram no Jamor, os Benfiquistas – escrevo em nome de todos – não ultrapassaram o seu período de nojo: falo de nojo a sério, verdadeiro, não daquele que é usado para caraterizar o período pós-falecimento de alguém que nos é próximo.
3 A Supertaça não foi especialmente bem jogada, nem isso era de esperar numa prematura estreia oficial da época. Acontece que é ao Sporting que deve ser atribuída a responsabilidade maior pelo fraco espetáculo a que assistimos: teve férias à maneira, teve uma pré-época à medida do que programou, teve mais jogos de preparação, não teve jogadores novos no onze.
4 Gostei de Dedic a atacar, não gostei tanto a defender; não gostei dos primeiros trinta minutos de Ríos, gostei dos outros sessenta; gostei do poder de choque e de passe de Barrenechea. Dos “velhos”, nota altíssima para António Silva – Harder no bolso pesa muito? – e Pavlidis; menos bem esteve Dahl, vai ser difícil esquecermos Carreras.
5 Um clube da dimensão do Benfica – maior que Portugal, clube do mundo – tem que arranjar forma de todos os sócios participarem na mais importante das votações: as eleições presidenciais. Na era em que até um dos nossos bens mais preciosos, o dinheiro, é movimentado na Internet, como negar o voto eletrónico? Temos é que garantir que esse voto é escrutinado e auditado, que as batotas não têm por onde fazer o seu caminho, vamos lá tratar de assegurar uma votação representativa da nossa grandeza e respeitadora da nossa vontade.
6 Se não foi para colocar um ponto final no tabu, que de tabu já pouco vai tendo, para que foi Vieira dar mais uma entrevista? Disse, é facto, um rol de verdades que mais ninguém tem coragem de dizer, aparentou, aqui e ali, uns desnecessários ajustes de contas, não projetou, porém, o futuro, que é o que mais nos preocupa nesta altura do (nosso) campeonato eleitoral. Foi Vieira a ser Vieira: marcou a agenda e, quer-me parecer, deixou à toa os estrategas de campanha de vários, para não dizer de todos os outros candidatos.
7 O Benfica vai jogar em Nice sem o indispensável apoio dos seus dedicados adeptos. Não vai ser desta – aposto! – que a direção resolve os problemas que originam estes castigos. E ainda não ouvi um candidato explicar o que pretende fazer em relação a este flagelo.
8 Não é possível tanto cargo da FPF ocupado por gente de uma só cor. Era este o projeto de Pedro Proença que Rui Costa apoiou?