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Arne Slot recorda última conversa com Diogo Jota e lamenta: “É devastador”

Arne Slot reagiu à morte de Diogo Jota, e do irmão André Silva, num acidente de viação em Espanha, na madrugada desta quinta-feira.

“O que dizer? O que é que alguém pode dizer num momento como este, quando o choque e a dor são tão incrivelmente intensos? Gostava de ter as palavras certas, mas sei que não as tenho. Tudo o que tenho são sentimentos que sei que tantas pessoas partilham sobre uma pessoa e um jogador que amávamos profundamente e uma família por quem sentimos um enorme carinho. Os meus primeiros pensamentos não são os de um treinador de futebol. São os de um pai, de um filho, de um irmão e de um tio, e pertencem à família do Diogo e do André Silva, que viveram uma perda inimaginável. A minha mensagem para eles é muito clara: nunca caminharão sozinhos. Os jogadores, o staff e os adeptos do Liverpool estão com vocês e, pelo que vi hoje, o mesmo se pode dizer da grande família do futebol. Isto não é apenas uma resposta à tragédia. É também uma reação à bondade das pessoas envolvidas e ao respeito que tantos têm pelos rapazes, enquanto indivíduos, e pela família como um todo”, afirmou o treinador do Liverpool.

O técnico neerlandês destacou o carinho que todos sentiam por Jota, a quem reconhecia grandes capacidades “Para nós, como clube, o choque é absoluto. O Diogo não era apenas nosso jogador. Era alguém que todos amávamos. Era colega de equipa, colega de trabalho, companheiro de luta – e em todos esses papéis era muito especial. Poderia dizer muito sobre o que ele trazia à nossa equipa, mas a verdade é que quem viu o Diogo jogar percebia isso. Trabalho árduo, ambição, compromisso, grande qualidade, golos. A essência do que um jogador do Liverpool deve ser. Havia também partes que nem todos podiam ver. A pessoa que nunca procurou ser popular, mas acabou por sê-lo. Não amigo de dois ou três, mas amigo de todos. Alguém que fazia os outros sentirem-se bem consigo próprios apenas por estar com eles. Uma pessoa que amava profundamente a sua família”, disse, recordando a última conversa. “Na última vez que falámos, felicitei o Diogo por ter conquistado a Liga das Nações e desejei-lhe sorte para o casamento que se aproximava. De muitas formas, foi um verão de sonho para o Diogo e para a sua família, o que torna ainda mais devastador que tenha terminado assim”, lamentou.

“Quando cheguei ao clube, uma das primeiras canções que aprendi foi aquela que os nossos adeptos cantam para o Diogo. Nunca tinha trabalhado com ele antes, mas percebi logo que, se os adeptos do Liverpool – que ao longo dos anos viram tantos jogadores incríveis – tinham um cântico único para o Diogo, ele tinha de ter qualidades especiais. Que tenhamos perdido essas qualidades nestas circunstâncias tão trágicas é algo com que ainda não conseguimos lidar. Por isso, precisamos que todos no clube estejam unidos e cuidem uns dos outros. Devemos isso ao Diogo, ao André Silva, à família deles e a nós próprios. As minhas condolências vão para a esposa do Diogo, a Rute, para os seus três filhos maravilhosos e para os pais do Diogo e do André Silva. Quando chegar o momento certo, celebraremos o Diogo Jota, recordaremos os seus golos e cantaremos a sua canção. Por agora, recordá-lo-emos como um ser humano único e choraremos a sua perda. Nunca será esquecido”, completou.

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