
Entre as vozes que se ergueram para lamentar o acidente está a de Catarina Furtado, que usou as redes sociais para partilhar uma reflexão carregada de emoção.
“Toda a minha pré-adolescência e adolescência foi passada no Bairro Alto (…) Do Jardim de São Pedro de Alcântara até à Baixa ia sempre no elevador da Glória e regressava, metendo conversa com quem seguia para o trabalho ou para uma visita ao centro do coração de Lisboa”, recordou a apresentadora da RTP, revelando o laço afetivo que mantém com aquele pedaço da cidade.
No seu testemunho, Catarina destacou ainda como a dinâmica da capital mudou, sobretudo com o aumento exponencial do turismo. “Estava cansado. Tinha 140 anos e nunca trabalhou tanto como nos últimos tempos em que Lisboa está inundada de turistas. Quando nasceu, nunca se pensou que iria fazer tantas subidas e descidas e com gente a mais para a sua estrutura.”
A comunicadora lamentou, com pesar, que o acidente apague a memória positiva de um património tão especial:
“Independentemente das responsabilidades, a tragédia de um só dia ficará na História e apaga mais de cem anos de uma História de uma beleza imensa. As milhares de vidas que o elevador transportou deixam de contar, perante as mortes que o seu descarrilamento provocou. É demasiado triste.”
Por fim, Catarina Furtado deixou uma mensagem de solidariedade às vítimas e respetivas famílias:
“Andamos mesmo desfocados do essencial. Os meus sentimentos às famílias das vítimas e o desejo de melhoras às pessoas que se encontram nos hospitais.”