Balanço positivo e de sorriso no rosto. Debast está feliz em Alvalade após um ano de estreia que superou expectativas. O internacional belga, em entrevista ao jornal Humo, reforçou a aposta positiva nos leões.
«Foi um ano fantástico. Joguei futebol no Anderlecht 15 anos. Ganhar dois troféus logo na minha primeira transferência, o título e a taça é fenomenal!», começou por dizer o defesa, com um agradecimento especial: «Recordou-me que trabalhei 16 anos para isto. Os meus pais são tão apaixonados pela minha carreira quanto eu e devo-lhes tudo! Aconteça o que acontecer, eles sempre serão as primeiras pessoas em quem penso. A minha família é a minha força.»
Nem tudo foi fácil. A troca de treinador, as profundas mudanças na estrutura leonina, poderiam abalar o grupo, mas Debast sentiu-se sempre em… casa.
«Tivemos três técnicos… isso diz alguma coisa. Primeiro Ruben Amorim, o treinador que me trouxe do Anderlecht saiu ainda cedo para o Manchester United. Ao mesmo tempo, o diretor desportivo Hugo Viana também foi para o Manchester City. As mudanças de treinador não são novidade para mim, claro, mas esta foi a minha primeira transferência. Quando as duas pessoas que me trouxeram saem depois de apenas alguns meses começamos a pensar…e se entrar alguém que não esteja interessado em mim? O novo técnico, João Pereira, foi demitido novamente depois de apenas seis semanas. Assim como com Amorim, comecei no banco mas rapidamente consegui afirmar-me. O mesmo aconteceu com o terceiro técnico, o Rui Borges. Ele ainda cá está», lembrou o belga, fazendo um esclarecimento.
«Devido às lesões e às suspensões acabei no meio-campo do Sporting. Segundo o técnico, tinha as qualidades para isso e a equipa precisava de mim lá. Como joguei muito bem naquele primeiro jogo acabei aí a temporada. Para a satisfação de todos fomos campeões e conquistámos a Taça de Portugal. Por que deveria estar dececionado? Estava feliz a jogar. Depois na seleção da Bélgica entrou um novo selecionador, Rudi Garcia, que me perguntou a posição que mais gostava de jogar… expliquei-lhe que só joguei no meio-campo devido às circunstâncias e disse-lhe que sinto à vontade a defesa. O Sporting já esclareceu que sou um defesa-central», reforçou.
Debastolha para o futuro com otimismo e ambição, mas opta por não projetar o futuro a médio prazo.
«Tenho uma visão clara dos passos que preciso dar para realizar o meu sonho. Uma trajetória ascendente gradual e é esse o objetivo….sem grandes saltos porque aí corremos o risco de ter que dar um passo atrás mais cedo ou mais tarde. Prefiro ir passo a passo», disse o central de 21 anos.
Debasttambém falou sobre o futebol português. Muito diferente ao que estava habituado, mas a adaptação está feita.
«O calor às vezes dificulta. Lutei contra isso há alguns meses. Graças aos truques da nossa nutricionista, aprendi a ultrapassar o problema bebendo bastante, especialmente bebidas energéticas. Também estou a comer de forma diferente e a consumir bastante sal antes dos jogos. Aqui o jogo é um pouco mais rápido e agressivo. Os árbitros deixam jogar mais como eu gosto, pois acho que dá mais entusiasmo ao jogo. Os jogadores também são mais astutos, especialmente no aspeto verbal. No início, nem percebia o que eles diziam. Agora que é que começo a entender e tenho de admitir que adoro. O futebol em Portugal é movido pela emoção. Depois também há uma diferença tática. NaBélgica podemos confiar nas nossas qualidades, enquanto aqui precisamos de adaptar-nos constantemente. Às vezes, o adversário joga com seis defesas e aí temos que forçar muito para para marcar e isso exige flexibilidade tática», disse.
A estreia na Championse o golo aoLilleficaram gravados no livro de memória de Debast. Momentos únicos que também foram recordados. O central leonino também projetou o jogo com o Brugge que será adversário dos leões na Liga dos Campeões.
«Golo aoLille? A bola saiu muito bem. Foi um momento extraordinário pelo significado emocional. Foi o primeiro golo da minha carreira», finalizou.
