
O recente encontro da primeira-dama Janja da Silva com um grupo de mulheres evangélicas, na Bahia, trouxe à tona uma das questões mais delicadas do atual cenário político brasileiro: a dificuldade do governo em estabelecer pontes com esse público. O episódio revelou, em poucos minutos de discurso, não apenas a distância entre a linguagem adotada pela primeira-dama e as expectativas do segmento religioso, mas também a complexidade da disputa simbólica e eleitoral que envolve o crescimento do evangelismo no país.
Ao propor que as mulheres “se unam para enfrentar a opressão e o silenciamento”, Janja apostou em uma narrativa de empoderamento feminino. Entretanto, para parte significativa das evangélicas presentes, a afirmação soou desalinhada daquilo que consideram a verdadeira fonte de força: a fé em Jesus Cristo.