
Esta terça-feira, 9 de setembro, foi para o ar mais um ‘Dois às 10’, conduzido apenas por Cláudio Ramos, uma vez que Cristina Ferreira está numa ‘escapadinha’ por Ibiza, local que escolheu para celebrar o seu aniversário este ano.
Na rubrica ‘Atualidade’, o apresentador recebeu os comentadores Vera de Melo, Suzana Garcia e Paulo Santos para analisarem as notícias relativas aos casos criminais e, a dada altura, o ambiente ‘aqueceu’.
Quando falavam do caso da mulher que terá tentado provocar o parto para matar o bebé, já que lhe foi negada a hipótese de realizar a interrupção voluntária da gravidez por ter passado o tempo estipulado para tal, a advogada e a psicóloga acabaram por discordar e protagonizaram uma acesa discussão em direto.
Depois de ouvir Vera de Melo, que considerou que “ser mãe é uma escolha”, Suzana Garcia mostrou a sua perplexidade e interveio: “Eu peço desculpa, eu tenho só que fazer aqui uma ressalva para todas aquelas mulheres que foram alvo de violação sexual, que ficaram grávidas e que não quiseram essa gravidez. Essas mulheres não escolheram estar grávidas”, disse a advogada. “Oh Suzana, isso é um extremo, não vale a pena estares a voltar para extremos, estamos a falar de se a pessoa quer ter, hoje tem uma escolha”, respondeu a psicóloga.
Suzana Garcia continuou com o seu discurso, deixando claro o seu ponto de vista em relação àquilo que foi dito por Vera de Melo, e ambas acabaram por protagonizar uma troca de palavras em direto.
“O que a Vera disse- e toda a gente ouviu e foi repetido três vezes- é que hoje em dia só está grávida quem quer e é importante…”, disse, sendo interrompida pela colega de painel. “Agora não me vais interromper que eu estou a falar, se faz favor e com educação!”, considerou de seguida.
“Não, isso educação tu não tens”, respondeu de imediato Vera de Melo. “Eu só queria explicar para ficar claro, porque a Suzana deturpa a informação que os outros dizem a seu belo prazer (…). Obviamente que eu não sou estúpida e não estou a falar de situações extremas (…). O que eu estou a dizer é que hoje existem vários métodos anticoncepcionais que impedem que as mulheres hoje possam fazer da gravidez e de ser mãe uma escolha (…)”, disse.
Perante as palavras da psicóloga, Suzana Garcia interveio novamente e, de forma mais exaltada, afiançou: “Eu não levo lições sobre gravidez de ti, porque se há aqui alguém que passou por diversas vezes por perdas gestacionais sou eu, portanto em relação àquilo que é a tua perceção sobre isto, é teórica porque ouves as pacientes, eu não, é pessoal. E de, facto, não recebo mesmo estas lições porque nunca passaste por aquilo que eu passei e mais a mais, sendo psicóloga, devias ter cuidado quando usas o vocabulário que usas em relação a essas mulheres que podem estar lá em casa e podem estar a ouvir-nos e que foram violadas e não optaram por estar grávidas, pronto! E mais nada”.
De forma calma, Vera de Melo decidiu então explicar novamente o seu ponto de vista: “(…) Hoje, e volto a dizer, ser mãe é uma escolha! E quero explicar isto muito bem para não se aproveitarem de populismo… Oh Suzana não te exaltes! (…). Quero dizer 3 coisas antes de me levantar daqui porque lamento mas isto não é de todo a forma que eu vejo de comunicar. Ser mãe é uma escolha no sentido que eu, hoje, tenho ao meu dispor um conjunto de informação que me permite decidir ou não ter filhos. O resto… Não tenho mais nada a dizer, porque diz mais sobre os outros do que sobre mim”.