Filho de Pinto da Costa: Esteve mal acompanhado nos últimos anos de presidência

Alexandre Pinto da Costa, filho do antigo presidente do FC Porto, afirmou na noite desta segunda-feira, na gala O Gaiense, que irá doar ao FC Porto o espólio que herdar o falecido pai, negando categoricamente que estivesse a negociar contrapartidas para esse efeito. E explicou ainda que não foi por questões materiais que teve desacordos com o antigo líder dos dragões.
“Não foi o dinheiro nem os bens materiais que me moveram nos desacordos que tive com o presidente do FC Porto, por ele estar tão mal acompanhado nos últimos anos da sua presidência. Quando alertei, frontal e diretamente, para os perigos que corria por essas escolhas erradas, eu posteriormente, de livre vontade, afastei-me do presidente, não do meu pai, pois desse estive sempre presente quando ele de mim necessitava, afastei-me de toda e qualquer atividade do clube, desportiva e socialmente, anos a fio. Foi com a intenção de evitar o que infelizmente o tempo me veio a dar razão, para que não saísse do modo que saiu da instituição pela qual tudo deu e que tanto amava, mas que tal como eu previ viria infelizmente a acontecer”, disse.
“A ovação estrondosa que recebeu no Estádio do Dragão no dia após a derrota nas últimas eleições, bem como as cerimónias fúnebres de uma dimensão ímpar, apenas comprovam o amor, o reconhecimento e gratidão de todos perante quem tanto o fez pelo FC Porto, mas que infelizmente não teve a aprovação da maioria que viu nos pares que o acompanhavam características que não me atrevo a adjetivar. Quem ama de verdade alerta para o precipício. Quem ama de verdade não salta de mãos dadas com a sua paixão para o precipício. Foi isso que eu fiz. O meu pai, por todos de uma forma unânime, reconhecido, foi sempre reconhecido como presidente dos presidentes, porque o era de facto. A sua memória, o seu raciocínio brilhante, a sua astúcia, a sua capacidade de trabalho, mas sobretudo o amor ao futebol no geral, e ao FC Porto em particular, serão lembrados para todos sempre. Perdoem-me os outros presidentes com os quais eu trabalhei, fruto da minha atividade profissional, mas nunca, em tempo algum, eu conheci um presidente com as suas capacidades. Foi o maior de sempre e jamais haverá outro como Pinto da Costa. O presidente dos presidentes. Gostaria de terminar, mais uma vez, com um agradecimento a todos, os presentes e os que aqui não estão, que sei que estão com ele, e recebo de todos vós esta merecida homenagem, com muito orgulho, que é feita ao meu falecido pai. Parafraseando o meu saudoso pai, e desculpe a minha emoção, mas um pai é um pai, despeço-me de todos vós com esta frase, tantas vezes por ele dita, em forma de presságio: largos dias têm cem anos”, finalizou.