Tem sido a notícia da semana e rompeu com o aparente paraíso que reinava em Alvalade: Viktor Gyökeres, a quem alegadamente tinha sido prometido que poderia sair durante o verão por apenas 60 milhões de euros, estava furioso com Frederico Varandas e o Sporting e até tinha retirado a referência aos leões nas respetivas redes sociais. O assunto avolumou-se, com novos pormenores e detalhes praticamente diários — ao ponto de o presidente leonino ter decidido tomar uma posição.
À margem de uma visita ao Museu do Sporting em Leiria, esta quarta-feira, Frederico Varandas aproveitou o regresso depois de “três dias de férias” em que viu “tanta informação e tanta contrainformação” para “explicar o processo todo” do avançado sueco. Para isso, precisou de recuar ao final da temporada passada, a primeira de Gyökeres em Portugal, onde já tinha existido a possibilidade de o avançado sair.
“Este processo começa no ano passado, quando termina a época. O Sporting é campeão, o Viktor faz uma época fantástica, é um grande profissional, um grande jogador. Durante o mercado de transferências percebemos que Gyökeres ia ficar no Sporting. Não tivemos uma única proposta. Quando a época começa, já com a época a decorrer, o agente do jogador abordou o Hugo Viana várias vezes por vários motivos, como se podíamos aceitar algo que até já estava assinado no contrato, um extra se ele fizesse x golos. Dei abertura ao Viana para negociar de forma razoável. Sempre foram muito claros, disseram que ficava mais um ano, até porque havia um contrato de cinco anos. O Viana, obviamente e como sempre fez e muito bem, tinha um espaço em que geria a relação com os agentes. Esse lado relacional e comercial é feito pelo diretor desportivo. Uma das grandes preocupações do agente era saber se para o ano, este ano, íamos continuar a insistir na cláusula de rescisão afixada em 100 milhões de euros”, começou por dizer.
Mais à frente, Frederico Varandas revelou que acabou por se envolver nas negociações com o agente de Viktor Gyökeres. “O Viana foi negociando com o agente ao longo de várias reuniões, várias conversas, várias chamadas, até que o próprio agente pediu a presença do presidente já com no início da época, já com a época a decorrer, para fechar o assunto de vez. Nessa reunião estava apenas o presidente, o agente e o Viana. Não estava nenhum jogador do Sporting, o Gyökeres não esteve em nenhuma reunião. É fantástico como ouço que o jogador ouviu. Aí, o agente quis garantir determinadas coisas”, continuou.
Ainda na mesma declaração, Frederico Varandas confirmou que o agente do avançado sueco quis fixar um valor máximo para uma eventual saída, mas que esse número nunca ficou fechado. “Nessa mesma reunião, o agente quis ancorar a saída a um valor. Perguntou por 60 milhões, 70 milhões, se era ajustado. Eu disse esta frase: ‘Não vale a pena estarmos a fixar um valor porque não sei o que vai acontecer daqui a um ano, não sei se o Viktor se lesiona, pode ter uma época dececionante, é o primeiro ano em que vai jogar Champions’. Não vale a pena fixar um valor. Não sei se vai ser por 40, 60 ou 80. O que posso garantir é que não vou exigir 100 milhões, ponto final”, acrescentou, garantindo que não voltou a falar com o agente e que nunca conversou com Gyökeres sobre “saídas e valores”.
“Passaram dez meses e o que acontece agora? Vejo na imprensa o agente a debitar informação aqui e ali… Mas há uma coisa que quero deixar claro. O Sporting tem bom senso e tem palavra. O presidente do Sporting disse duas coisas: que não ia exigir a cláusula e que íamos ajustar o valor à performance do Viktor. É um dos melhores jogadores da história do futebol português. E mesmo assim o Sporting não vai exigir a cláusula”, sublinhou, recordando depois os números do avançado sueco na temporada que agora terminou.
“Já deviam conhecer-me melhor. Ameaças, chantagens, ofensas, comigo não funcionam. Posso garantir que o Viktor Gyökeres não sai por 60 mais 10 milhões porque nunca o prometi. Este jogo que o empresário está a fazer só piora a situação. Até hoje, a esta hora, o Sporting não teve uma proposta pelo Gyökeres. Nem hoje nem no verão passado. Zero propostas e tem três anos de contrato”, terminou.
