A humorista Joana Marques foi absolvida da ação judicial interposta pela dupla musical Anjos, que exigia uma indemnização superior a um milhão de euros. O caso, que chegou aos tribunais em 2023, envolvia a publicação de um vídeo de paródia no qual a comediante satirizava a atuação dos irmãos Nélson e Sérgio Rosado a cantar o hino nacional antes de uma prova do MotoGP em Portimão.
Os Anjos alegavam que a paródia difundida por Joana Marques lhes teria causado prejuízos financeiros e de imagem, incluindo o cancelamento de 11 concertos e a perda de mais de 100 mil euros em patrocínios. Na visão da dupla, a humorista ultrapassou os limites da liberdade de expressão e atingiu de forma direta a sua reputação artística.
Durante o julgamento, Nélson Rosado chegou mesmo a revelar que recebeu ameaças de grupos nacionalistas após a polémica, o que intensificou o impacto pessoal e profissional da situação. No entanto, a defesa de Joana Marques sempre sustentou que se tratava de uma mera sátira, enquadrada no âmbito da liberdade artística e de expressão, sem qualquer intenção de denegrir a imagem da dupla.
O tribunal acabou por dar razão à humorista, considerando o pedido dos Anjos improcedente. A decisão representa não só um alívio para Joana Marques, que já tinha classificado o processo como uma “perda de tempo”, mas também um precedente importante em casos que envolvem humor, sátira e direitos de imagem.
Este desfecho promete continuar a gerar debate público. Enquanto muitos defendem a importância de salvaguardar o espaço para o humor e a crítica, outros consideram que os artistas devem poder exigir reparação sempre que a sua imagem pública é colocada em causa. Para já, Joana Marques sai vencedora de uma das disputas jurídicas mais mediáticas entre a música e o humor em Portugal.
