O Ministério Público português está a investigar transferências entre Benfica e Valencia, depois de receber uma denúncia formal em outubro de 2024. A queixa foi apresentada por Miguel Zorío, ex-vice-presidente do clube espanhol, que acusa ambos os clubes, o empresário Jorge Mendes e auditores de alegados crimes financeiros.
A notícia foi avançada pelo jornal espanhol ‘El Diario’, que revelou um documento do MP português confirmando a abertura da investigação. O jornal Record teve, entretanto, acesso ao e-mail enviado a Miguel Zorío, no qual a entidade confirma que os “factos denunciados estão a ser objeto de investigação”.
Que transferências estão a ser investigadas?
A denúncia foca-se em negócios realizados entre 2014 e 2015, quando Peter Lim assumiu o controlo do Valencia, e envolve os seguintes jogadores:
Rodrigo Moreno (Benfica ➝ Valencia)
André Gomes (Benfica ➝ Valencia)
João Cancelo (Benfica ➝ Valencia)
Enzo Pérez (Benfica ➝ Valencia)
Jonas (Valencia ➝ Benfica, a custo zero)
Segundo Miguel Zorío, o Valencia injetou quase 100 milhões de euros no Benfica, sendo que “mais de metade desse dinheiro perdeu-se pelo caminho”.
Zorío acusa Lim e Jorge Mendes de esquema para “salvar o Benfica”
Miguel Zorío alega que o Benfica, em 2014, atravessava uma grave crise financeira, e que o dinheiro da compra do Valencia por Peter Lim teria sido utilizado para resgatar a SAD encarnada.
“O Benfica estava muito mal economicamente. Com a compra do Valencia por Peter Lim e Jorge Mendes, utilizou-se o dinheiro do Valencia para salvar o Benfica”.
Além disso, o empresário garante que Lim e os seus associados “sabiam como movimentar o dinheiro fora dos circuitos legais”, utilizando “uma rede de empresas offshore” para canalizar os fundos.
Investigação avança: e agora?
A denúncia está agora nas mãos do Ministério Público português, que confirmou a abertura do inquérito e irá analisar os documentos e transferências envolvidas.
Caso sejam encontrados indícios de crime, poderão ser abertas acusações formais contra Benfica, Valencia e os demais envolvidos.
Este caso pode ter implicações sérias para ambas as SADs, caso as suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais se confirmem.
