Não há adjetivos. É o melhor avançado da Europa

52 golos na temporada. 38 golos no Campeonato. Os números de Viktor Gyökeres continuam a avolumar-se e a tornar-se cada vez mais históricos a cada jornada que passa — e a verdade é que, com os quatro golos que marcou este domingo no Bessa contra o Boavista, o avançado sueco tornou-se ainda mais um candidato sério à conquista da Bota de Ouro.
Ao marcar quatro vezes na goleada do Sporting, Gyökeres passou mesmo a liderar a classificação da Bota de Ouro. Com 38 golos na Primeira Liga, o avançado sueco tem agora 57 pontos e ultrapassou Mohamed Salah, que também marcou este domingo ao Tottenham, na vitória que carimbou a conquista da Premier League por parte do Liverpool. Ainda assim, e mesmo estando em vantagem, o jogador leonino conta sempre com uma desvantagem: cada golo que marca só vale 1,5 pontos, enquanto que cada golo marcado na Premier League, na La Liga ou na Bundesliga vale dois pontos.
Seja como for e Bota de Ouro à parte, Gyökeres continua a bater recordes a nível interno. O avançado superou Bas Dost na lista de melhores marcadores estrangeiros do Sporting, estando agora apenas atrás de Héctor Yazalde, e tornou-se apenas o terceiro a marcar 52 ou mais golos pelos leões numa única temporada, depois de Mário Jardel e do mesmo Yazalde. Além disso, Gyökeres tem agora mais golos do que 11 equipas do Campeonato.
Depois do apito final no Bessa e tendo sido naturalmente eleito o melhor jogador em campo, o avançado de 26 anos mostrou-se satisfeito com a goleada. “Marcámos cedo. Fomos muito bons nos primeiros minutos, eles tiveram oportunidades depois de cantos, mas nós tivemos boas ocasiões na primeira parte e chegámos ao intervalo com 2-0 e até podiam ser mais. Na segunda parte ficámos cansados, mas eles também e abriram-se. Conseguimos criar mais oportunidades claras, marcámos cinco golos e podíamos ter marcado mais”, atirou, reconhecendo que gostaria de ter concretizado um pontapé de bicicleta que Tomás Vaclík defendeu ainda na primeira parte.
“Jogamos como equipa e tenho muitas oportunidades graças aos meus colegas. Depois também tenho de fazer a minha parte, tenho muita fome de golos. Bota de Ouro? Não sabia disso. Tento focar-me nos nossos jogos, mas é um bom sinal, é porque estou a fazer as coisas bem em campo. Mas o mais importante é que somámos três pontos”, acrescentou, antes de concordar com a ideia de que o Campeonato.
“Poderá ficar fechado nesse jogo, sim. Vai ser nesse jogo ou no jogo seguinte, dependendo do resultado. Muito ainda poderá acontecer. Estamos ansiosos por esse jogo, mas ainda temos um jogo em casa para preparar e vencer”, concluiu. Já Rui Borges, que viu o Sporting marcar cinco golos pela primeira vez desde que assumiu o comando técnico dos leões, estava naturalmente feliz com o resultado no Bessa.
“Um jogo onde não há contestação. Podíamos ter feito muitos golos, fizemos cinco. O Viktor fez quatro, mas tem umas sete, oito ou nove oportunidades. Do início ao fim era importante estarmos concentrados, o Boavista cria perigo na primeira bola parada apesar de estarmos preparados para isso. Fomos conseguindo anular as transições e controlámos o jogo. A equipa esteve ligada do início ao fim com uma energia fantástica. Faltam adjetivos para estes jogadores, tenho dito isso. Quando nos rodeamos de gente que acredita em nós, nós clube, nós jogadores, nós grupo, nós adeptos… Quando há esse ambiente, de viver o clube, torna-se fácil e desafios tornam-se conquistas. O ambiente foi incrível e está incrível entre todos porque acreditamos uns nos outros. O ambiente foi fantástico e acredito muito que fará toda a diferença no final da época”, começou por dizer.
saída de Pedro Gonçalves ao intervalo, depois de ter sido titular e para a entrada de Geovany Quenda, estava preparada. “Era algo que também estava um bocadinho definido. O Pote tinha feito 45 minutos, não teve uma semana normal para recuperar. Foram 45 minutos bons dos dois. O importante é sentir que todos estão ligados e é isso que os torna incríveis. É aí que se nota o tal ambiente de que falo e isso sente-se entre todos. O acreditar de todos, juntamente com os adeptos. E é isso que queremos. Queremos desafiar-nos a nós próprios para sermos cada vez melhores”, indicou, comentando ainda a exibição brutal de Gyökeres.
“Desde que está a 100% que tem dado uma resposta incrível. Não há adjetivos para ele. As pessoas acham que digo isto por ser nosso avançado, mas é o melhor avançado da Europa. Não dá para descrever o que dá à equipa e o que a equipa lhe dá e no último golo isso é bem explícito. O Harder decidiu bem. Ele sabe que a equipa também o ajuda. Mas na individualidade, mais do que os golos, gosto de olhar e de o sentir ligado a todos os comportamentos, ofensivos e defensivos. Na primeira parte tentou anular também a saída do Boavista ou a ligação dessa primeira etapa. É muito bom para mim enquanto treinador senti-lo sempre.