Sporting

Parabéns ao Sporting!

Hoje o Direito ao Golo vai — com naturalidade — para o Sporting: festejou o bicampeonato e ganhou a Taça de Portugal. Penso que foi um digno vencedor de ambas as competições depois de tudo o que a equipa passou durante o ano: saída de Amorim, pesadelo com João Pereira, lesões infindáveis — houve uma altura na época em que jogou sem sete titulares. Ou seja, foi imparável e depois tremeu, ficou para trás, mas lutou, voltou a crescer e ganhou. Parabéns, por tudo isto, aos jogadores e ao staff. Permita-me, caro leitor, falar de Rui Borges: contratado a meio da época, o treinador de Mirandela pegou na equipa quando esta parecia resvalar para o abismo e, com toda a calma, fez a equipa voltar a acreditar. Disse um dia, e bem: «Quando não houver inspiração que não nos falte atitude.» E os rivais hesitaram, cometeram erros e perderam. Sim, caro leitor, penso que foi sobretudo uma questão de atitude e união. Rui Borges mereceu.

Deixo ainda uma palavra para João Pereira, que foi apanhado por uma tempestade perfeita, mas que entrou e saiu da mesma forma, com dignidade. E claro, Ruben Amorim, que com grande mérito construiu a equipa que depois deixou intempestivamente.

Sobre jogadores, como não falar de Gyokeres, que marcou 54 golos e fez 13 assistências nesta época. Incansável, motivado, forte, com técnica e sempre voraz na hora de colocar a bola nas redes. É, certamente, o melhor jogador de futebol a jogar em Portugal e se sair do Sporting deixará um vazio na equipa e nos adeptos do clube.

Mas teve uma equipa consigo onde brilhou também Trincão, onde Morten Hjulmand foi um líder e um tremendo jogador, onde Rui Silva, o guarda-redes contratado em janeiro, garantiu pontos na baliza, onde todos, em vários momentos, brilharam. E foram mesmo todos.

O Sporting parece ter encontrado em Frederico Varandas o seu presidente. Com um estilo tranquilo e resguardado, Varandas é já o presidente mais titulado do clube, com nove troféus. A coragem, o rigor, a capacidade de risco e a audácia parecem ser as suas grandes qualidades. Teve sorte, claro, mas as suas conquistas no futebol e nas modalidades não podem ser só sorte.

Em contraponto, o Benfica com um plantel teoricamente muito superior, parece perdido na sua frustração. Na passada terça-feira, a A BOLA escrevia na capa: «Reação bombástica dos encarnados» e «Benfica dispara em todas as direções». Mas se os adeptos do Benfica pensarem bem, creio que não há melhor elogio aos campeões do que ver os seus adversários desorientados. Rui Costa, que já ganhou títulos como presidente, podia imitar outros presidentes na reserva, no comedimento e na tranquilidade. É possível, porém, que as eleições de outubro levem a antiga glória do clube a ter este comportamento. Inventar um inimigo externo é uma velha técnica de quem perde, já todos vimos isso no passado, quer no FC Porto, quer no Sporting. E sim, é velha porque funciona.

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