Peço à Nossa Senhora de Fátima que dê muita força e capacidade aos nossos atletas

Há dois anos treinava o Mafra, como é assimilar essa ascensão até poder ser campeão e como gerir a ansiedade? Mensagem aos jogadores? “Mensagem tem sido de equilíbrio emocional, é tentar manter a equipa focada e tranquila, porque essa ansiedade individual existe e faz parte, é lidar com ela. É só mais um jogo, é certo que é o último e tem um peso enorme, mas temos de ser capazes de lidar com isso e temos tentado ajudar a relativizar algumas coisas e não dar importância em demasia a este jogo. Tem a mesma importância e dependemos apenas de nós, com o mesmo rigor e foco dos outros jogos, em que tanto lutámos para chegar a este momento e sermos campeões”.
Já disse que sente gratidão pelo Vitoria e conhece os jogadores. Existe um conflito interno? Tem mais vantagem por conhecê-los ou é o contrário? “Não acho que tenha vantagem, são duas grandes equipas que têm um treinador novo e, apesar de haver uma base de trás, não levo vantagem. Gratidão tenho muita à estrutura do Vitória, tem grandes jogadores e admiro-os muito, deram-me muito. O que representa é que quero ganhar amanhã, o carinho pelo que o Vitória me deu vou tê-lo sempre, tal como também digo isso ao Moreirense e a todos os clubes que tenho para trás, a gratidão é a mesma. Eu vim do berço em que me educaram a dar valor a tudo, não sou ingrato, sou muito grato a todos os que me ajudaram e é mais um jogo que quero ganhar”.
Disse que estava um pouco ansioso de que chegue o jogo. Como sente o balneário, com ansiedade boa ou nervos extra? Já pensou no que vai dizer aos jogadores em Alvalade? “Eu sou um treinador limpo, não levo nada trabalhado ou pensado, é o que sinto no momento. Às vezes um momento introspetivo leva a pensamentos no momento e no jogo é assim, é muito momento naquilo que sinto e penso. Sinto a equipa exatamente igual às outras semanas, há sempre um bocadinho de ansiedade, mas não a transpareceram na semana de trabalho. Acredito que estejam a lidar bem com essa parte e não podemos fugir disso, é normal em todos, para que sejamos capazes de transformá-la em energia boa e ultrapassar o adversário”.
Está a 90 minutos de um bicampeonato histórico. Fez alguma promessa? “Não, sou muito crente mas só peço à Nossa Senhora de Fátima que dê muita força e capacidade aos nossos atletas e a nós. Isto é apenas um jogo de futebol, temos de desfrutar. Crença será sempre a mesma e muita, mas apenas e só isso”.
Cenário ideal para si seria ambas as equipas conseguirem o seu objetivo, mesmo com um empate? “Não, eu quero ganhar. Claro que gostava que o Vitória conseguisse o seu objetivo, é um clube diferente, mas amanhã estou focado no nosso objetivo e para isso temos de ganhar. Carinho permanecerá sempre para o Vitória e para qualquer equipa em que trabalhei”.