
Oceano Andrade da Cruz nasceu a 29 de julho de 1962, em São Vicente, em Cabo Verde. Foram mais de 10 temporadas de leão ao peito, divididas em duas passagens, onde conquistou duas Supertaças e uma Taça de Portugal. O antigo capitão dos verdes e brancos foi um dos jogadores que envergou a camisola leonina mais vezes, ao representar o Sporting em 401 partidas.
O início nos leões
Oceano chegou ao Sporting na temporada 1984/85, após destacar-se ao serviço do Nacional da Madeira. Foi Pedro Gomes, então adjunto de John Toshack, que recomendou a contratação do craque. Sem formação de base, mas com uma garra inesgotável, o jogador conquistou de imediato o lugar na equipa principal, alternando entre médio defensivo e terceiro central, num esquema táctico arrojado.
Logo na sua primeira época em Alvalade, Oceano somou mais de 30 jogos. O craque estreou-se pela Seleção Nacional a 30 de janeiro de 1985, frente à Roménia, camisola das quinas que envergou na campanha olímpica de 1988 e no Europeu de 1996, acumulando ao todo 54 internacionalizações e oito golos por Portugal.
Rapidamente Oceano se tornou numa referência em campo e no balneário dos leões. O jogador caracterizava-se por um porte físico absurdo e uma dedicação única. A 20 de dezembro de 1987, três anos após depois de reforçar os verdes e brancos, ergueu o seu primeiro troféu pelo Sporting, ao conquistar a Supertaça frente ao eterno rival, o Benfica, e ainda com o estatuto de capitão.
A despedida que culminou num regresso
Em 1991, o craque partiu para a Real Sociedad, juntamente com Carlos Xavier. Em San Sebastián, Oceano continuou a brilhar durante três épocas. Sempre combativo e fiável, foi uma peça importante na equipa espanhola. Após essa aventura, o médio-defensivo regressou a casa em 1994, para mais quatro temporadas com o Sporting, onde voltou a conquistar títulos.
Em 1994/95, ano que marcou o seu regresso, Oceano venceu mais uma Taça de Portugal e outra Supertaça, continuando a ser a grande voz do balneário leonino. Mesmo na conturbada temporada 1997/98, o craque marcou 12 golos e foi decisivo para evitar danos maiores ao Clube de Alvalade. Contudo, com quase 36 anos, acabou dispensado no final da época.
Recusando-se a terminar a carreira de forma amarga, o médio rumou a França para representar o Toulouse. Por lá, Oceano ainda mostrou qualidade, totalizando mais de 30 jogos, com seis golos apontados. Assim acabou a carreira, a disputar futebol ao mais alto nível.
Uma nova vida
Depois de pendurar as botas, Oceano foi chamado para vários cargos técnicos, incluindo na Seleção Nacional. Em 2009, juntou-se à equipa técnica de Carlos Queiroz nos sub-21 e, mais tarde, passou por Leiria e voltou ao Sporting, em 2012, para liderar a Equipa B, antes de assumir interinamente o comando técnico do plantel principal após a saída de Sá Pinto.
Apesar do esforço, a breve passagem como treinador principal não correu da melhor forma para o antigo craque. Seguiu-se um papel como adjunto de Vercauteren e Jesualdo Ferreira, no entanto, com Bruno de Carvalho na presidência, Oceano acabou por sair em 2013. Pouco depois, voltou a trabalhar com Carlos Queiroz, integrando a equipa técnica da seleção do Irão em dois Mundiais.
Em 2019, o antigo craque dos leões manteve-se ao lado de Carlos Queiroz, agora ao serviço da Colômbia. Mais recentemente, em julho de 2023, Oceano assumiu o comando técnico da seleção nacional sub-20, função da qual está encarregue até aos dias de hoje.