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Rui Borges destacado em Itália: «Tudo o que toca transforma em ouro»

Os italianos da Gazzetta dello Sport publicam, esta segunda-feira, um artigo dedicado a seis treinadores dos quais nunca se ouviu falar, mas que serão famosos, entre os quais está Rui Borges, que assumiu o comando técnico do Sporting em dezembro, sagrando-se campeão nacional e vencedor da Taça de Portugal.

«São jovens, têm ideias, abandonaram os clichés e levaram clubes a resultados inesperados. Há quem calce as sapatilhas de Forrest Gump, quem tenha sido um pequeno Figo, quem vendia seguros e quem, em criança, era considerado um génio. O que têm em comum é que, dentro de algumas épocas, ouviremos falar deles ao mais alto nível», lê-se.

Nas linhas dedicadas a Rui Borges é feito um apanhado do percurso do agora treinador: «Chamavam-no de Figo de Mirandela. Não por ser bonito, mas porque na sua pequena cidade jogava como rei das alas: marcação de cantos, dribles e incursões na área. Nunca passou da segunda divisão portuguesa, mas sempre se questionou sobre o porquê do que fazia como jogador. Aos 36 anos, quando deixou de jogar em Mirandela, passou diretamente do campo para o banco: no Campeonato de Portugal, com uma estrela emprestada pela formação do Benfica, que demonstrava mais ambição com o nome do que com os pés (Zidane Banjaqui), terminou em quarto lugar. A partir daí, começou a subir: Académico Viseu, Mafra, Moreirense.»

«Começou a época no Vitória de Guimarães, à 3.ª jornada foram vendidos os melhores da equipa: o avançado Jota Silva para o Nottingham Forest e o lateral Mangas para o Spartak de Moscovo, mas ele não se deixou abalar e conseguiu sete vitórias consecutivas. Em novembro, o Manchester United oferece contrato milionário a Ruben Amorim, o Sporting contrata um substituto que apenas dura um mês e depois foi a Guimarães pagar a cláusula de 4 milhões de euros para ter Rui Borges no banco», acrescentam.

É destacada a estreia do treinador ao serviço dos leões, com uma vitória frente ao Benfica (1-0) e não só: «Quando assumiu a equipa tinha dez lesionados, um grupo com a moral em frangalhos e três pontos de diferença para o Benfica, mas terminou a temporada a vencer o campeonato sem perder um único jogo nas competições nacionais.»

E os elogios começam a ser desfiados: «A abordagem tática não mudou muito em relação à de Amorim, talvez um pouco menos de filosofia a favor de um pragmatismo saudável. A abordagem humana, por outro lado, é especial. Borges é um treinador/jogador, ouve e deixa os seus jogadores à vontade porque está firmemente convencido de que sem grupo não pode haver jogo nem sacrifício em campo, mesmo para aqueles que jogam pouco explica porque é que isso acontece, é tão compreensivo quanto inflexível em fazer respeitar as regras: Marcus Edwards, que era um dos melhores jogadores do plantel, em janeiro, em menos de um mês, foi afastado por indisciplina. O azarado do banco, mas tudo o que toca transforma em ouro.»

Claudio Giraldez (Celta de Vigo), Iñigo Pérez (Rayo Vallecano), Sebastien Pocognoli (St. Gilloise), Liam Rosenior (Estrasburgo) e Dino Toppmoller (Eintracht Frankfurt) são os restantes treinadores que merecem destaque no já referido artigo.

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