Rui Borges não foi nada feliz. Ainda por cima Harder fazia anos…

Alvalade foi palco de um ‘balde de água fria’ esta segunda-feira, com Afonso Patrão a ‘congelar’ a festa verde e branca e a colocar o Benfica no topo da classificação da I Liga.
A forma como Rui Borges abordou o encontro do Sporting frente ao Sporting de Braga deixou muitas questões no ar face à capacidade de o português lidar com a pressão associada a um clube ‘grande’ em Portugal.
Em declarações ao Desporto ao Minuto, José Eduardo, antigo dirigente leonino abordou o jogo frente aos bracarenses, fazendo menção à conferência de imprensa do treinador da equipa da casa após a partida.
O rescaldo do encontro
“O Sporting neste campeonato, a partir do momento em que sai Ruben Amorim, tem estado preso por arames. A abordagem para este jogo é boa nos primeiros 20 a 30 minutos e depois, inexplicavelmente, a equipa recua e há um certo adormecimento da parte do banco, porque não tomou medidas. E é preciso reforçar o meio-campo, quando este foi controlado pelo Sporting de Braga o jogo todo e, sobretudo, com um jogador veterano chamado João Moutinho, que jogou completamente sozinho e manobrou o jogo todo”, afirmou José Eduardo.
“Há jogadores jovens que têm tempo para ser lançados, há outros que precisam de mais tempo para serem lançados, com o risco de perdermos esses jovens que têm muito potencial, como é o caso do Eduardo Felicíssimo. Ele ainda não está mentalmente preparado para entrar em jogos naquelas circunstâncias, que quando se entra num jogo que está com muita velocidade e se é muito jovem, entra-se num turbilhão. Já não é a primeira nem a segunda vez que isso acontece, o Felicíssimo vai ser um grande jogador, mas não o podemos queimar e acabou por se correr o risco neste jogo”, avisou o antigo jogador dos leões.
A ‘descasca’ de Rui Borges a Conrad Harder
José Eduardo considerou que a forma como Rui Borges conduziu a conferência de imprensa após o empate “não foi nada feliz” e dá ponto crucial na possibilidade de se perder o balneário.
“Ainda por cima o Harder fazia anos… Não foi nada feliz… É evidente que agora vai-se retratar com o jogador, mas acabou por dizer o que disse, e nessa função de treinador há responsabilidade”, começou por dizer o agora empresário.
“Perder o balneário? Depende da forma como ele lida com isto. Se Rui Borges for sincero, pedir desculpa e assumir que errou, acredito que possa ser resolvido. Agora, jogador de futebol é um ser muito especial… Muito crítico dentro do balneário. Não comigo, não com os jornalistas, não com os treinadores. Com os colegas. Eles falam entre eles e têm opinião forte, embora não pareça cá para fora”, continuou.
“O próximo jogo é importante, não só pelo jogo em si, como para retomar a normalidade. Se voltar a perder pontos, temos um problema. Caso contrário, acaba por se restaurar alguma confiança e tranquilidade no plantel”, reiterou José Eduardo.
As críticas à direção de Frederico Varandas
Apesar do empate ter tido implicações diretas na luta pelo título da I Liga, José Eduardo aponta críticas a Frederico Varandas, uma vez que o planeamento da temporada passou pelo presidente do Sporting e, a seu ver, não foi bem conseguida.
Há um conjunto de decisões da presidência que se têm revelado desastrosas. É necessário fazer uma autocrítica grande
“Não podemos só colocar a culpa no treinador, uma vez que há um conjunto de decisões da presidência que se têm revelado desastrosas. A saída do Ruben Amorim, da forma que foi substituído por um treinador sem experiência nenhuma. Uma série de afirmações do presidente Frederico Varandas a dizer que seria o próximo fenómeno como treinador – que espero que se torne porque respeito muito o Rui Borges -, mas o resultado foi desastroso. As decisões têm sido curtas”, atirou.
“Quando é preciso fazer contratações no mercado de inverno, vai-se buscar um jogador brasileiro [Biel Teixeira] que desapareceu e que custou uns quantos milhões. Está desaparecido, mais ninguém o viu. Eu estive no Estádio de Alvalade e vi com ‘olhos de ver’ e é difícil. É verdade que não está nada perdido, é preciso reunir as tropas, mas também é necessário fazer uma autocrítica grande”, terminou o antigo jogador do Sporting.