Está a nascer um renovado leão em Lagos. O Sporting entrará em 2025/2026 com o estatuto reforçado no campeonato, como bicampeão, após um percurso de vitórias e títulos, mas isso não implica uma linha de continuidade com o passado recente. Rui Borges pretende dar um cunho pessoal à equipa e, para tal, tem em mente a criação de uma equipa com uma identidade bem mais próxima das suas ideias. E mesmo sem uma revolução no plantel, com os mesmos protagonistas, há muitas mudanças em marcha, sobretudo nas dinâmicas e metodologias que estão a ser trabalhadas no Algarve.
Hoje será o primeiro dia (pelo menos aos olhos de todos) deste renovado Sporting. Primeiro com um teste matinal, diante do Portimonense (à porta fechada) e mais tarde, às 19h30, no Estádio Algarve, diante dos escoceses do Celtic, o primeiro duelo com a presença de adeptos. A primeira aparição.
Pois bem, então qual será o ADN deste novo leão que terá o tal cunho de Rui Borges? Uma resposta que A BOLA está em condições de responder e que, ao que foi possível apurar, envolve mudanças significativas olhando para a última época, na qual, com o comboio em andamento, o treinador se viu obrigado a dar um passo atrás e reorganizar a equipa com as sólidas e consistentes ideias trabalhadas no longo reinado de Ruben Amorim. O técnico, agora com uma pré-época pela frente, vai insistir nas novas ideias e depois, mais tarde, avaliar a reação da equipa, sobretudo após estes jogos particulares em solo algarvio.
EQUIPA MAIS FORTE NA RECUPERAÇÃO
Rui Borges quer aproveitar este estágio para reforçar vários pontos estratégicos. A começar no trabalho da reação à perda de bola. A intenção passa por ter uma equipa mais asfixiante no processo de recuperação de bola. E dessa forma dar uma maior solidez defensiva. O Sporting, na última época, foi a equipa que menos oportunidades concedeu ao adversário, mas a ideia passa por aprimorar este aspeto. Um maior equilíbrio defensivo, que chegou a faltar em alguns momentos cruciais no passado.
DOIS SISTEMAS NA MESA
Tem sido uma das questões mais debatidas neste arranque de temporada: falamos, claro está, do sistema a lançar esta época. Manter o 3x4x3 ou lançar o 4x2x3x1? Não existe ainda uma resposta exata, pois os próximos jogos, sabe A BOLA, serão determinantes para uma decisão. Nesta fase, tendo o plantel com rotinas mais do que suficientes no 3x4x3, a ideia do treinador passa por trabalhar um novo modelo para ver a reação da equipa. O sistema anterior, e que tão bons resultados deram, continua na mesa, até poderá voltar a tornar-se como plano principal, mas Rui Borges pretende dar rotinas a um outro sistema, de forma a poder haver essa mutação até durante um jogo. De resto, os reforços pensados (e até contratados) para esta temporada — incluindo Kochorashvili e Alisson — chegaram para aumentar esse leque de soluções táticas.
POTE A 10 E OUTROS NA MIRA
Mas há outras mudanças em vista. Depois deste estágio, que inclui 30 jogadores (mais Bragança e Nuno Santos que estão de fora), o grupo será reduzido a 27 jogadores. Haverá uma nova triagem, não sem antes o treinador ver alguns jovens em ação. E aqui entram nomes como Rayan Lucas (médio brasileiro contratado ao Flamengo que até chegou para a equipa B), Diogo Travassos, Manuel Mendonça, David Moreira ou até o regressado Rodrigo Ribeiro. Todos serão colocados à prova. Em jogo.
Mas com os mais experientes também há mudanças estruturais à vista. Como Pedro Gonçalves, que esta noite pode ser lançado como médio ofensivo na zona central, a 10, no 4x2x3x1. Uma solução que tem vindo a ser testada e que está ligada à chegada de mais um reforço para o corredor esquerdo.
No que se refere a caras novas, de resto, não são esperadas novidades durante esta etapa de preparação em solo algarvio…
