Nuno Pinto da Costa, neto do falecido ex-presidente do FC Porto, falou ao podcast ‘O último bastião’ e mostrou-se corrosivo em relação a Martín Anselmi, que, considera, “não é treinador para o FC Porto”.
O filho de Alexandre Pinto da Costa também diz que se o seu avô tivesse ganho as eleições a André Villas-Boas, a presente época teria sido “muito melhor”. Também analisou o empréstimo de Francisco Conceição à Juventus e de como Jorge Nuno Pinto da Costa escondeu a doença da família.
Legado do avô: “O presidente lutou até ao fim, foi fiel aos seus princípios e àquilo em que acreditava. Até ao último dos seus dias batalhou por aquela que era a grande paixão da vida dele, que era o FC Porto. Sempre tratou de unir, de agregar. E cabe-nos um bocadinho a cada um de nós respeitar e honrar e partilhar também este legado que é enorme de alguém que pegou num clube com todas as dificuldades que tinha e tem e fez dele campeão europeu, campeão mundial e levou-o a um patamar europeu e mundial.”
A doença: “E há uma coisa que é o presidente nunca fez questão de usar a sua doença como bandeira, nunca se quis fazer de coitadinho, aliás não era público que estava a enfrentar uma doença. Os familiares, os próprios familiares também não sabiam, e aqui me incluo, e portanto ele até nessa questão sofreu sozinho, para nos… nos libertar um bocadinho desta dor. E foi um campeão porque a única coisa que ele queria e o último desejo dele era acabar os sonhos e os projetos que ele ainda tinha para o FC Porto. E eu estou plenamente convicto que se tivesse ganho as eleições, que esta época teria sido muito melhor. Estou convencido disso.”
Ser Porto: “Faz parte, e é futebol, a bola bate no poste e entra ou bate no poste e sai. Agora, o que não pode faltar é a identidade, a raça, a mística, que é o que falta atualmente no FC Porto. E isto, o exemplo tem que vir de cima. A culpa não é, não se pode culpar única e exclusivamente os jogadores. Porque quando se fala de identidade e de mística, isto tem que vir de cima, o exemplo tem que vir de cima.”
Martín Anselmi: “Não se pode apostar as fichas todas num treinador, acho eu, que não tem provas dadas, que não é, na minha opinião, treinador para o FC Porto, porque nunca veio à Europa, ninguém conhecia o Anselmi, algum de nós conhecia o Anselmi? Tu recordas-te de algum treinador que tenha custado 3,5 milhões de euros ao FC Porto, só da cláusula de rescisão? Eu assim de cabeça também não. Fora salário, o que pode custar e tudo mais. Portanto, estamos a falar muito possivelmente de um dos treinadores mais caros da história do FC Porto. Será que a qualidade é equiparável àquilo que se pagou?”.
Treinador em 2025/26: “Isso foi outro erro, como é que podes ir dizer a um treinador que não tem o lugar em causa e que para o ano será o treinador, independentemente do que ele faça ou deixe de fazer? Isto, com jogos com o Benfica, que é um jogo sempre importantíssimo, com toda a restante época que pode determinar a diferença entre um terceiro lugar, um quarto lugar, um segundo lugar, que matematicamente ainda é possível, mas claro que é difícil… Tens ainda um Campeonato do Mundo de Clubes e tu vais dizer a um treinador que o lugar dele nunca está em causa, que para o ano é o treinador? Isto libera-te de qualquer pressão, é verdade, mas também o faz sentir que pode fazer o que ele quiser, que é o que aconteceu, levámos agora quatro do Benfica, mas está tudo bem porque para o ano és o treinador. E é esta a mensagem que se passa.”
Francisco Conceição: “A forma como foi conduzido todo o processo levou a que tivéssemos que emprestar Francisco Conceição à Juventus. Quem vê futebol basta ver um jogo dele para perceber que é um fora de série. E que condições é que pode ter Francisco Conceição para jogar com esta direção que tratou mal o próprio pai, com um treinador que o substituiu da forma que o substituiu? Não tem condições. Isto foi tudo muito mal gerido.”
