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Slimani contra jogadores que escolhem seleção: “Quem és tu para escolher?”

Islam Slimani, antigo avançado do Sporting e figura de proa da selecção da Argélia, não poupou palavras ao criticar duramente os jogadores que, tendo dupla nacionalidade, optam por representar a seleção dos pais em vez do país onde nasceram e cresceram.

O tema, que tem gerado debate nos últimos anos com casos cada vez mais frequentes, como o de Brahim Díaz — nascido em Espanha, formado na cantera da Roja, mas que acabou por representar Marrocos em 2024 — mereceu uma reacção emocional por parte de Slimani no podcast Kampo.

“Sempre tive um raciocínio claro. Escolheu ser argelino? Ser inglês? Ser francês? Não. Não se escolhe a Argélia. Se nasceste em França, cresceste em França, fizeste carreira em França, então jogas pela França. Por que jogas pela Argélia?”, questionou o goleador, visivelmente indignado.

Slimani defende que a selecção deve ser uma extensão natural do percurso de vida do jogador, e não uma opção de conveniência ou estratégia desportiva. Para o antigo internacional, a ligação emocional não se sobrepõe à realidade cultural e formativa dos atletas.

“Quando ganhámos o CAN 2019, foi pelo grupo, não por um jogador só. Quando ouço alguém dizer ‘eu escolhi’, juro que me dá vontade de chorar. Quem és tu para escolher um país? Escolhes um país onde morreram 5 milhões de pessoas para que tu pudesses ser livre?”, afirmou, numa referência ao passado colonial da Argélia.

Slimani acrescenta que não é contra o carinho pelos países dos pais ou das raízes, mas rejeita que isso deva dar acesso à representação nacional:

“Vem de férias, sem problemas. O país dos teus pais é o teu país, claro. Mas jogar futebol por ele? Nunca na vida.”

As palavras do ex-leão surgem num contexto de grande sensibilidade entre os adeptos argelinos, com alguns nomes como Rayan Cherki e Rayan Aït-Nouri, ambos jogadores do Manchester City de Guardiola, a estarem sob os holofotes da opinião pública por poderem representar França ou Argélia. Slimani parece querer deixar claro que, para ele, o passaporte não é um convite automático para vestir a camisola nacional.

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