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Sporting: Bragança já começou a fazer corrida

Daniel Bragança foi um dos jogadores que não escapou à onda de lesões que assolou o plantel leonino. O médio de 26 anos sofreu uma rotura total do ligamento cruzado do joelho esquerdo, a 15 de fevereiro, na receção ao Arouca, em jogo da 20.ª jornada que terminou empatado a dois golos. Aos 11 minutos, no meio-campo ofensivo dos verdes e brancos, tentou chegar a uma bola, colocou mal o pé de apoio e caiu no relvado. O esgar de dor e as mãos agarradas ao joelho deixavam pouca margem de dúvida: nove dias depois foi operado, enfrentando longa paragem.

O médio volta, assim, a passar pela situação que viveu em 2022/2023, em que sofreu lesão semelhante, mas no outro joelho. «10 semanas pós-operação. Finalmente sem muletas e já sem tempo para lamentações. O foco deixa de ser procurar respostas que o silêncio ainda guarda e passa a ser naquilo que ainda se pode construir. Privilegiado por ter do meu lado gente boa que me faz manter o equilíbrio emocional para seguir em frente, forte e firme. Muito trabalho se adivinha, físico e mental. Quem vence uma vence duas, é esse o meu foco», escreveu o jogador nas redes sociais.

Passados quatro meses, segundo A BOLA apurou, Daniel Bragança antecipou o seu regresso ao trabalho, já se encontrando na Academia Cristiano Ronaldo, em Alcochete, a cumprir plano específico de recuperação.

Em declarações a A BOLA, Artur Pereira de Castro, médico ortopedista que já trabalhou no Sporting, explicou em que consiste o trabalho que, nesta fase, é aconselhado ao jogador: «Nesta fase a coisa mais importante é continuar o trabalho muscular que, de facto, já deve estar a fazer. Aliás, logo no dia a seguir à operação deve-se começar com isso, porque a pessoa perde músculo desde que se lesiona e durante a operação ainda perde mais. Portanto, a partir do momento em que esteja recuperado cirurgicamente, deve começar logo a fazer o trabalho muscular.»

«Nesta fase, os protocolos de reabilitação do cruzado anterior dizem que a pessoa pode começar a correr e, com quatro meses, começar a fazer exercícios de mudanças de direção. Portanto, naturalmente, é isso que ele está a fazer. Divide a sua recuperação entre o ginásio e a parte daquilo que a que chamamos de integração no treino esportivo, ou seja, é simular no treino os movimentos e os exercícios que ele vai fazendo durante o jogo. Primeiro em passadeira e agora começa a fazê-lo num ambiente semelhante àquilo que ele vai encontrar no jogo, isto é, no relvado», acrescentou.

REGRESSO TALVEZ EM OUTUBRO

Inicialmente o tempo de paragem apontado foi de 10 meses, mas Pereira de Castro acredita que o regresso de Daniel Bragança aos relvados pode acontecer a antes. O camisola 23, um dos capitães da equipa, é visto como um exemplo resiliência e perseverança. «Nos doentes que operei, e foram muitos, ao ligamento cruzado anterior, após seis meses estavam a jogar. Atualmente prolonga-se um pouco o prazo até aos oito meses. Evidentemente que durante o acompanhamento que é feito ao atleta se vai percebendo quais as suas capacidades físicas nos respetivos exercícios e movimentos semelhantes ao que vive durante o jogo», realçou.

«Quando operamos um ligamento cruzado anterior e o atleta começa a treinar sem limitações dá-se a cinesiofobia, que é o medo da pessoa voltar a ter a lesão ou ter uma recidiva dessa lesão. E, evidentemente, com o acompanhamento de um psicólogo e também com o aperceber-se ao longo do tempo que o joelho reage bem aos vários movimentos, ele acaba por perder esse entrave psicológico. Mas, diga-se, que esta lesão é diferente da que ele sofreu no outro joelho, são situações distintas, o outro foi muito mais grave, porque ele tinha também uma rotura de ligamento externo», concluiu.

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