
Na época 2021/22, a equipa de futsal do Sporting voltou a fazer história. A conquista do bicampeonato, confirmada a 25 de junho de 2022, fez com que, primeira vez, um clube tenha conseguido vencer todas as competições nacionais numa única temporada, o tão denominado ‘Grand Slam’. Sob o comando de Nuno Dias, o Sporting viveu uma época de excelência competitiva, coroada com o título de Campeão Nacional após uma caminhada imaculada no play-off, onde venceu todos os jogos, também isso inédito no futsal português até então.
Uma época que começou com Sporting desfalcado
A temporada arrancou num contexto atípico. O início do campeonato foi adiado devido à realização do Campeonato do Mundo de Futsal, na Lituânia, onde o Sporting esteve fortemente representado: João Matos, Tomás Paçó, Pany Varela, Miguel Ângelo, Pauleta, Erick e Zicky foram peças-chave da seleção portuguesa que se sagrou Campeã do Mundo, enquanto Guitta ajudava o Brasil a alcançar o terceiro lugar.
Com grande parte do plantel envolvido no Mundial, a pré-época dos leões foi feita maioritariamente com jogadores da formação. Ainda assim, a juventude respondeu com qualidade: o Sporting venceu a Taça Vila de Cascais, repetindo o feito de 2019. Hugo Neves e Diogo Santos, dois dos destaques dessa fase, seriam posteriormente emprestados ao Eléctrico FC e ao ETB Calviá, respetivamente, para ganharem minutos e experiência.
Mercado com saídas de peso e reforços de qualidade
O plantel leonino sofreu algumas alterações: Taynan, Rocha e Mamadú (este último emprestado ao Viseu 2001) deixaram a equipa. Para colmatar as saídas, chegaram Caio Ruiz do Portimonense, Waltinho do Jimbee Cartagena (4.º classificado na fase regular da liga espanhola), e o regressado Miguel Ângelo, vindo do SC Braga.
Já em março, o Sporting garantiu o reforço do internacional espanhol Esteban Guerrero, proveniente do KPRF Moscovo, de onde saiu devido à invasão russa da Ucrânia. Um acréscimo de qualidade num plantel já recheado de talento e experiência.
Domínio do início ao fim
O campeonato nacional foi disputado em duas fases, com uma fase regular de 14 equipas (menos duas do que na época anterior) e um play-off entre os oito primeiros. A temporada contou com quatro despromoções, preparando o terreno para um campeonato com apenas 12 equipas em 2022/23.
O Sporting assumiu desde cedo o comando da fase regular e nunca mais largou a liderança. Das três derrotas registadas, duas ocorreram já com o primeiro lugar garantido, o que demonstra o controlo absoluto dos leões sobre a prova.
Na segunda fase, o domínio foi ainda mais evidente: os verdes e brancos venceram todos os jogos do play-off, incluindo a final, frente ao eterno rival Benfica – adversário que Sporting encontrou várias vezes nesta fase, como em 2012/13, por exemplo -, resolvida em apenas três partidas, um feito até então nunca alcançado no futsal português. Os resultados finais foram de 5-4 e 4-3, ambos após prolongamento, e no derradeiro duelo, os leões levaram a melhor por 4-3.
Troféu atrás de troféu e o ‘Grand Slam’
O campeonato foi apenas a cereja no topo de um bolo recheado de conquistas. O Sporting venceu todas as provas nacionais em disputa, algo nunca antes conseguido: Supertaça (Dezembro 2021): vitória convincente frente ao Benfica, após adiamento devido ao Mundial; Taça da Liga (Fevereiro 2022): três vitórias expressivas, incluindo nova final ganha ao rival encarnado; Taça de Portugal (Maio 2022): terceira final da temporada entre Sporting e Benfica, terceiro triunfo verde e branco.
Com estes triunfos, a formação liderada por Nuno Dias completou o primeiro ‘Grand Slam’ do futsal nacional, algo que nem as mais dominantes equipas anteriores haviam alcançado. Se a qualidade do jogo do Sporting foi notável, também o contexto individual dos seus atletas reforçou a grandeza da época.