Luís Freire, que na última temporada orientou Rio Ave e V. Guimarães, conviveu com Bernardo Palmeiro em Vila do Conde, quando o hoje diretor geral do Sporting desempenhou as funções de assessor da presidente Alexandrina Cruz,entre julho de 2023 e junho de 2024, tendo papel fundamental na venda de parte do capital a um investidor privado, o grego Evangelos Marinakis, dono do Olympiakos e do Nottingham Forest, entre outros.
Palmeiro foi também crucial na reformulação do plantel rio-avista em janeiro de 2024, quando, após duas janelas de mercado sem poder inscrever jogadores por força de uma imposição da FIFA, contratou nove jogadores, promoveu o regresso após empréstimo e vendeu o passe de seis para equilibrar as contas. «Era um período no qual era preciso ser muito rápido e eficaz e ter alta competência para chegar aos contactos de determinados jogadores para conseguirmos fechar em pouco tempo e reforçar a equipa bem. E a verdade é que o Bernardo, tanto a nível de discrição como de profissionalismo, como na atitude que tem na definição de alvos e a capacidade de negociar e fechar esses jogadores, só tenho elogios a fazer nesse aspeto porque foi uma peça fundamental nesse mercado de janeiro no Rio Ave», recorda o homem que iniciou percurso de treinador no Ericeirense.
Por isso, a avaliação ao desempenho de Palmeiro é positiva. «A principal capacidade do Bernardo foi conseguir, junto do treinador e da estrutura, ter uma relação séria e consistente e fazer com o treinador uma equipa na forma como define os alvos para o mercado e como os vai trabalhando com discrição e assertividade sempre em constante contacto com o técnico e com a presidente, na tentativa de satisfazer ao máximo a necessidade da equipa. Mas, o que mais destaco é essa lealdade, essa cumplicidade com quem trabalha; dá um apoio grande em todos os momentos a reforçar a confiança de quem está à volta. E tem capacidade para trabalhar para que a equipa fique mais forte, mas sempre duma maneira muito séria, discreta, dando protagonismo aos treinadores e aos jogadores», justifica.
Nesta perspetiva, Luís Freire entende que os sportinguistas podem esperar o melhor de Palmeiro. «Ele já tinha conhecimento do clube e teve essa oportunidade de estar mais envolvido no Rio Ave, pelo que tem mais do que capacidade para fazer um bom trabalho. A minha aposta é total num bom trabalho, tendo em conta o profissional que é e pelas características humanas que tem, pois são muito importantes no cargo que desempenha», conclui.
Lealdade a toda prova com Frederico Varandas
Após a saída de Hugo Viana da direção desportiva, com quem Frederico Varandas mantinha uma relação profissional estreita desde que ganhou as eleições em setembro de 2018, o presidente dos leões escolheu Bernardo Palmeiro para ficar na direção geral do futebol, trabalhando de perto com Flávio Costa, ao antigo scout que também reporta diretamente a Frederico Varandas. Miguel Salema Garção não tem dúvidas da «lealdade a toda a prova» que Bernardo Morais Palmeiro terá para com o líder do clube de Alvalade. «Faz parte da excelente educação que recebeu», junta.
‘Workaholic’ que até dorme na Academia
Apesar da forte ligação à família, Bernardo Palmeiro é visto como alguém que se dedica muitíssimo ao trabalho e, portanto, é tido como um workaholic e, segundo A BOLA apurou, não são poucas as vezes que acaba por optar por pernoitar na Academia Cristiano Ronaldo, em Alcochete, mesmo quando a equipa lá não está nos estágios antes dos jogos em casa. E foi para este espaço que levou uma camisola de Jaime Pacheco, jogador do Sporting de 1984 a 1986, que hoje religiosamente guarda como uma espécie de amuleto da sorte.
Sempre o futebol, mas também o ténis
O futebol, nomeadamente o do Sporting, sempre foi o desporto de eleição de Bernardo Palmeiro, mas também o ténis, tendo sido um jogador de eleição enquanto jovem, mas os estudos acabaram por o desviar do caminho dos courts e das redes . No entanto, sempre que pode, não perde um jogo desta modalidade.
Extensa rede de contactos internacionais
Bernardo Palmeiro trabalhou como advogado, como consultor, na FIFA e, segundo Marc Cavaliero, «tem uma extensa rede de contactos a nível internacional, o que, nas funções que exerce, só lhe traz benefícios». «Tem uma rede de networking assinalável», jura, também, Miguel Salema Garção
