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Sporting: Rui Borges e as duras da mãe, o prazer de ir à tasca e o sonho de ser campeão

«Nunca foi o dinheiro que me moveu. Sempre sonhei chegar ao Sporting», foi assim que começou a responder à pergunta de Daniel Oliveira, no programa ‘Alta Definição’ da SIC.

«Acreditava muito, era claramente um desejo e um sonho ainda antes de chegar ao Sporting. Desde o primeiro dia que acreditava muito. Era o meu objetivo claro. O que me moveu era o sonho de chegar ao Sporting e ser campeão nacional. Acreditar não bastava. O trabalhar sim. Perceber de que forma podíamos ser melhores para um dia chegarmos onde estamos», acrescentou.

E não escondeu o sentimento se terminasse hoje a carreira de treinador: «Muito feliz. Era a pessoa mais feliz do mundo. Sou muito grato. A minha paixão é esta. Se não cheguei à primeira liga enquanto jogador é porque já estava guardado para chegar como treinador. Se amanhã deixar de ser treinador sou o homem mais feliz do mundo.»

Desafiado a responder se o Rui Borges jogador teria lugar no Sporting, a resposta foi dada entre risos: «No Sporting? Não. Diria que procurasse outro clube. Diria que tinha de trabalhar mais para ter mais oportunidades. O jogador é um bicho chato [risos]. Se algum momento agir de alguma forma não apropriada que sinta que devo pedir desculpa eu peço. Assumo que não fui um grande jogador. Felizmente estou a ser melhor treinador do que jogador [risos].

Mãe chama-o à razão por causa dos palavrões

Na festa no Marquês, Pedro Gonçalves foi o principal protagonista de microfone na mão, com muitos palavrões à mistura. Rui Borges não esconde que faz parte da gíria do futebol, mas a mãe Cândida ainda lhe dá puxões de orelhas por causa disso.

«O Pote diz alguns palavrões, mas no futebol usa-se muito o palavrão [risos]. Às vezes ainda levo uma dura da minha mãe por causa disso [risos]. Chama-me à atenção, para ter mais cuidado», contou.

E como bom transmontano Rui Borges revelou ser amante de uma boa alheira. Na sequência de uma polémica gerada por um comentário, Rui Borges foi questionado sobre o que é que uma boa tasca deve ter.

«Presunto, boa linguiça, um bom vinho. Dou muito valor às tascas porque venho de um sítio onde a tasca significa muito. Olho para a tasca do antigamente em terras como a minha e, às vezes, é o aliviar do dia para muita gente. Onde se podia rir, beber o seu copinho. O meu avô andava sempre com bacalhau no bolso, quando ia beber tirava sempre uma lasca do bacalhau», realçou.

O treinador do Sporting abordou ainda a exposição a que, de momento, está sujeito. Algo com que diz lidar bem.

«Não vou mudar nunca. Mas estes quatro meses têm demonstrado esse crescimento que preciso em alguns momentos. Não é mudar, mas perceber até onde posso ir com toda a minha naturalidade. Se calhar não posso ser tão transparente em certos momentos. Deixa-me triste porque gosto de o ser e gosto de ser natural. Há dias dizia à malta da comunicação: ‘Se calhar o melhor é eu fazer como muitos outros. Ir falar, principalmente quando comunico para fora e levar frases feitas’. Se calhar é o que muita gente preferia, não sei. Dada a minha exposição, cada palavra é avaliada e pode ter muitos significados e ser desviada para muitos contextos.»

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