Sporting

Sporting: Rui Borges já decidiu onde vai jogar Debast

Não foi surpresa para ninguém. As comparações entre Ruben Amorim e Rui Borges eram inevitáveis. E prometem manter-se, aliás. A herança era pesada e superar aquele que foi um dos mais carismáticos (e vencedores…) treinadores da história leonina era tarefa árdua, quase impossível, diziam no final do ano passado. Porém, poucos meses depois, o mirandelense, que pegou numa equipa órfã do seu treinador, agarrou o grupo, voltou a colar as peças de um plantel que se encontrava despedaçado em termos motivacionais após a curta passagem de João Pereira e levou-o ao topo do futebol nacional. Com a conquista do bicampeonato aliada a uma Taça de Portugal. A famosa dobradinha que Amorim, por exemplo, nunca chegou a alcançar no seu reinado de mais de cinco anos a trabalha em Alvalade. Mas há mais diferenças…

Se olharmos para o plantel, à margem do sistema tático (que Rui Borges ainda tentou alterar numa fase inicial sem sucesso…), houve uma surpreendente transformação, uma ‘obra’ única com a assinatura do atual treinador: falamos da mudança de Debast para médio. Rui Borges viu o que Ruben Amorim (e quase mais ninguém diga-se…) conseguiu ver. Caraterísticas e potencial suficiente para uma adaptação de sucesso do belga. Ao ponto de se tornar num dos mais influentes e relegando, por exemplo, Morita para o banco de suplentes na fase final da temporada.

As exibições do jovem central de 20 anos, contratado ao Anderlecht, dissiparam todas as desconfianças que pudessem existir daquela que o próprio treinador chamou de maluquice…

«Chamem-me maluco, mas continuo a dizer que, no futuro, Debast pode ser um grande médio pelas qualidades individuais», disse o treinador durante várias ocasiões durante a temporada.

Mercado será decisivo para o futuro

Pois bem, olhando para os resultados positivos dessa adaptação, sabe A BOLA, a aposta vai manter-se em 2025/2026. Debast é para continuar a ser potenciado numa zona central do terreno e é no lote de médios que está a ser incluído e pensado na planificação para a nova temporada. Obviamente que poderá ser uma solução em zona mais recuada perante alguma necessidade urgente ou, claro está, se o mercado levar algumas das jóias do eixo, falamos de Gonçalo Inácio e Diomande, mas esse cenário não está previsto até porque, tal como já haviamos adiantado, o Sporting só está disposto a perder um destes elementos.

Ponto assente: Debast está de pedra e cal no meio-campo e oferece totais garantias ao treinador. Ele que, espante-se o leitor, foi mesmo o segundo médio mais utilizado, apenas atrás do capitão Hjulmand.

Valorização de €6 milhões como… médio

O Sporting terminou a época com a cotação em alta. A maior de sempre de um plantel em Portugal segundo o Transfermarkt: €511 milhões. Uma valorização que teve a mão de Rui Borges. E para a qual contribuiu esta maluquice do treinador, pois o belga, mesmo com novas funções, subiu dos €24 para os €30 milhões desde a entrada do treinador em dezembro. Um acrescento de €6 milhões, uma das subidas mais altas que teve a assinatura do técnico.

Um trunfo que Rui Borges conseguiu valorizar e que entrou numa vasta galeria de jogadores que conseguiu potenciar ao longo da carreira. Desde o pontapé de saída, no Mirandela, onde lançou jogadores como Zaidu (FC Porto) ou Ricardo Mangas (Spartak Moscovo e ex-V. Guimarães), entre muitos outros que acabariam por dar o salto para outros patamares superiores após uma época a serem moldados pelo atual técnico leonino. Debast é o mais recente cliente desta prestigiada lista…

Da razia à… fartura: seis médios na linha de partida

O meio-campo foi um dos setores que motivou maiores problemas ao leão esta época face ao elevado número de lesões. Porém, a avaliar pelas opções atuais, o Sporting passa a ter soluções de sobra caso caso não se confirmem saídas. Seis no total: Hjulmand, Debast, Morita (pelo menos por enquanto…), João Simões e Daniel Bragança, dupla que recupera de lesão mas deverá voltar no arranque da temporada, além de Kochorashvili, médio georgiano que já foi contratado ao Levante. Sem incluir jovens da equipa B como Arreiol, Felicíssimo ou Alexandre Brito que também devem fazer a pré-época…

Reforço mais utilizado na última época

Debast, no seu ano de estreia em Portugal, confirmou credenciais e foi mesmo o reforço mais utilizado da última temporada. Terminou com 48 jogos ao serviço dos leões (3306 minutos) na frente de Maxi Araújo, o segundo desta lista, com 46 jogos (3094 minutos) e por fim Conrad Harder, avançado dinamarquês, a sombra de Gyokeres, que acabou a temporada com 47 jogos, mais até do que o internacional uruguaio, mas com muitos menos minutos (1626). Outra das notas importantes que Debast conseguiu cumprir em Alvalade foi a sua estreia a marcar na carreira como profissional: dois golos. Na Champions (enorme golo diante do Lille) e com o Gil Vicente (Taça de Portugal).

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo