O Sporting terminou, na passada sexta-feira, os trabalhos de pré-temporada, com uma magra vitória (1-0) sobre o Villarreal, que culminou com a conquista do troféu da 13.ª edição do Troféu Cinco Violinos.
No terceiro teste à vista dos seus adeptos, depois da derrota com o Celtic (0-2) e do triunfo (1-0) frente ao Sunderland, foi possível verificar a maleabilidade em termos táticos da equipa liderada por Rui Borges, variando entre o 4x4x2 e o já ‘tradicional’ 3x4x3.
Em termos de processo ofensivo, foi notória a falta de Viktor Gyokeres, oficializado, entretanto, como reforço do Arsenal a troco de 65,8 milhões de euros, aos quais acrescem 10,3 milhões mediante cumprimento de determinados objetivos.
Em conversa exclusiva ao Desporto ao Minuto, Litos reage à saída do avançado sueco, de 27 anos, e à forma como este facto poderá causar impacto no arranque oficial dos leões em 2025/26. Na quinta-feira, há a disputa da Supertaça Cândido de Oliveira diante do Benfica.
“Os adeptos do Sporting já esperavam a transferência. Ainda assim, é um rombo no porta-aviões. Nos três jogos abertos ao público, existiu essa falta de profundidade e agressividade ao ataque ao espaço, características que a equipa sabia aproveitar com o Gyokeres em campo. Para este ano, há que reinventar a forma de jogar e acreditamos no potencial do Conrad Harder e na experiência do Luis Suárez”, começa por dizer o antigo médio dos leões na década de 80 e principio de 90, projetando o duelo frente ao rival Benfica, no Estádio do Algarve, pelas 20h45 (horário de Portugal Continental):
“Em teoria, o Sporting com o Gyokeres era considerado o favorito. Acredito que a Supertaça vai servir como resposta à aqueles que desconfiam da capacidade da equipa sem a principal estrela nas duas últimas temporadas. Mas é sempre um jogo de 50-50. O plantel continua a ser o mesmo e há que ter a noção de que os jogadores vão chegar a esse jogo ‘soltinhos’, inseridos num ciclo normal de época, sem elevada carga física. Não se pode julgar o Benfica, apenas porque teve pouco mais de duas semanas de trabalho na pré-temporada. Voltaram a investir forte no mercado de transferências com a contratação de bons jogadores, que naturalmente vão precisar de tempo para acolherem as ideias de Bruno Lage”, prosseguiu o treinador português.
Com mais de 190 jogos pelo clube de Alvalade, Litos avalia as novas dinâmicas dos bicampeões nacionais.
“Espero que o ‘desconforto’ desapareça com o avançar do tempo. Não há assim grandes novidades, pois a posição do Trincão por zonas interiores, como segundo avançado, já era algo que víamos na época passada. Há um alarme exagerado pelo facto do Pedro Gonçalves estar colocado como médio esquerdo no 4x4x2, mas ele ainda precisa de tempo para recuperar a forma física. Todos sabemos a sua importância na equipa”, assegura.
Sobre possíveis contratações ainda a serem efetuadas até 31 de agosto, a ex-glória leonina salienta que tudo irá depender do plano de jogo de Rui Borges.
“Se o Sporting jogar numa linha de quatro defesas, os laterais têm de ter outro perfil, sobretudo de carácter ofensivo. Tanto o Eduardo Quaresma como o Matheus Reis evidenciam dificuldades para darem a profundidade necessária numa equipa grande. Agora, se o plano passar por jogar com três defesas, ambos são úteis, porque têm qualidade na primeira fase de construção. No ataque, um extremo seria bem-vindo após a saída do Biel [cedido ao Atlético Mineiro]. Vamos esperar para ver…”, completa Litos.
