Vicente Gil quebra estereótipos: “Um cigano também pode ser ator, licenciado e bem vestido” — afirma com orgulho e determinação

Vicente Gil, jovem ator de 24 anos e conhecido por interpretar Afonso na telenovela “Vitória”, da SIC, é o convidado desta semana do programa Alta Definição, conduzido por Daniel Oliveira, neste sábado, 6 de dezembro. Durante a entrevista, o intérprete falou de forma aberta sobre as suas raízes ciganas e desafiou a percepção estereotipada que muitas pessoas têm sobre esta comunidade.
“À primeira vista, eu claramente não tenho a imagem do que se pensa que é um cigano, porque existe uma ideia, que eu acho que é uma falsa ideia, que é pejorativa sobre o que se acha que é um cigano”, começou por explicar Vicente, mostrando-se consciente das barreiras sociais e preconceitos que ainda existem. Para o ator, a surpresa que as pessoas sentem ao conhecê-lo é um ponto positivo, pois abre espaço para diálogo e reflexão.
O jovem intérprete salientou que o facto de ser cigano oferece uma perspetiva única às equipas com quem trabalha: “Só por ser cigano já estou a acrescentar alguma coisa às equipas, e nem que seja só para discutir o que é isto de ser cigano, o que é isto de ser uma pessoa fora da norma com um background completamente diferente”. Vicente considera que esta visibilidade contribui para desafiar ideias pré-concebidas e promover a diversidade no meio artístico.
Além disso, Vicente destaca a importância de desmistificar a imagem do cigano: “De repente, as pessoas depararam-se com nunca terem trabalhado com uma pessoa cigana. Ou depararem-se com a ideia de que um cigano também pode ser ator, também pode ser licenciado, pode ser loirinho, branquinho e pode ser bem vestido”. Para ele, este contacto natural é uma oportunidade de desconstruir preconceitos e mostrar que a diversidade cultural não é incompatível com a integração profissional.
Vicente Gil termina a entrevista com uma mensagem de leveza e autenticidade: nunca leva os comentários a peito e considera positivo que a sua presença provoque questionamentos. Com esta postura, o ator não só representa a sua comunidade, como também inspira a sociedade a olhar para além dos estereótipos, provando que talento, educação e diversidade podem coexistir de forma harmoniosa.







