Fernando Santos enfrentou o Mundial do Qatar com um segredo na bagagem: a sua saída da Seleção Nacional já estava assinada antes sequer de a competição começar. De acordo com o Expresso e confirmado pelo Record, o selecionador nacional chegou a acordo com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) no início de novembro de 2022 para deixar o cargo por mútuo consentimento… a troco de 8 milhões de euros.
A decisão, tomada semanas antes da estreia de Portugal no Mundial, envolveu cláusulas de confidencialidade e blindagem total até à conclusão da campanha. O desfecho foi conhecido dias após a eliminação com Marrocos, mas a realidade é que Fernando Santos já era um homem de saída quando aterrava em Doha.
A caminho do fim
A verdade era, à data, inimaginável para a maioria dos adeptos: Portugal partiu para o Qatar com o treinador no fim de linha, mesmo tendo contrato até 2024. A relação entre Santos e a direção federativa liderada por Fernando Gomes teria chegado a um ponto de rutura discreta, mas irreversível.
Um Mundial em modo despedida
Portugal cumpriu a fase de grupos com sucesso, liderando à frente de Gana, Uruguai e Coreia do Sul. Seguiu-se uma goleada histórica frente à Suíça (6-1) nos oitavos, mas o sonho caiu nos quartos de final, num amargo 0-1 contra Marrocos, que ficaria como o capítulo final da “era Fernando Santos”.
O ambiente já era pesado, e as decisões técnicas, nomeadamente o banco a Cristiano Ronaldo nos jogos decisivos, acabariam por deteriorar em definitivo a relação entre o selecionador e o capitão. O desgaste era evidente, tanto dentro como fora de campo.
A indemnização
Os oito milhões de euros pagos ao técnico que levou Portugal à glória no Euro 2016 e na Liga das Nações em 2019 foram justificados como uma “resolução acordada” de um ciclo. Um ciclo vitorioso, mas que nos últimos anos se arrastava entre críticas ao estilo de jogo, escolhas conservadoras e resultados aquém do potencial do plantel.
