
O ambiente entre os três grandes do futebol português voltou a aquecer na noite desta segunda-feira.
À entrada para a gala dos Portugal Football Globes, realizada em Lisboa, André Villas-Boas não poupou nas palavras e dirigiu críticas diretas aos presidentes do Sporting e do Benfica, responsabilizando-os por criarem um clima de pressão sobre o setor da arbitragem.
“A única coisa que tenho notado é a ausência de um dos melhores VAR portugueses, Tiago Martins, que tem sido amplamente criticado pelo presidente do Sporting e do Benfica e está afastado dos clássicos”, começou por afirmar o presidente dos dragões, em declarações aos jornalistas na ‘black carpet’ do evento.
O líder portista foi mais longe, sugerindo que essa pressão dos rivais tem tido impacto direto nas decisões do Conselho de Arbitragem e nas nomeações para jogos de maior relevo.
“A coação feita pelos presidentes dos rivais tem impacto direto nas nomeações. Tiago Martins esteve na final da Champions feminina e é supostamente reconhecido como um dos melhores VAR, mas deixou de existir para os jogos grandes… Como é que a mediocridade é premiada com um clássico?”, questionou Villas-Boas, em tom crítico.
Com alguma ironia à mistura, o dirigente portista voltou a provocar Sporting e Benfica, insinuando que os dois clubes têm assumido um papel de constante queixa pública.
“Não sei se esse nível de via comunicacional está a ter impacto nas nomeações, mas não posso deixar de constatar factos evidentes para toda a gente. Não queremos estar nessa posição e entrar no mesmo jogo dos outros. Estamos todos ansiosos para ver a quem será hoje atribuído o prémio de ‘Calimero do Ano’. Não faltam candidatos…”, disse, entre sorrisos.
Apesar das críticas, Villas-Boas procurou encerrar o tema reafirmando o foco desportivo do FC Porto.
“Sabemos que temos de lutar muito para chegar ao título, é o nosso objetivo”, concluiu.
Com estas declarações, o presidente portista reacende o clima de tensão entre os grandes clubes nacionais, denunciando o que considera ser interferência e condicionamento na arbitragem por parte dos rivais, e prometendo manter o FC Porto afastado desse “jogo comunicacional”.