Rui Borges não vai ao balneário após jogos: “Pode dizer-se coisas…”

Como é que a sua mãe vive os jogos: “Se não ligo, diz logo. É difícil de lidar porque sofre muito com o futebol, verbaliza mais. Estes quatro meses foram uma aprendizagem para todos. Houve coisas que jamais imaginaria ouvir sobre o filho, dúvidas sobre o caráter e personalidade do filho. Foco-me muito no que controlo, mas a minha mãe vê tudo. Ela tem de perceber aos poucos o grau de exposição a que o filho está exposto. Vão tentar em algum momento beliscar. De vez em quando ainda tenta dar alguns conselhos. Vive muito o jogo. Na bancada a minha mulher tem de dar uns safanões de vez em quando. Verbaliza mais de forma gestual. Tem sido um grande desafio acalmar a mãe”.
Maior troféu: “O maior troféu que posso ter é o orgulho dos meus. Os meus pais se calhar nunca sonhariam que fosse chegar ao Sporting tão rápido. O futebol é muito do momento, sei que as pessoas gostam de mim, mas amanhã se não ganhar não sou assim tão bom. O futebol é de lembranças, bem ou mal já deixei lembranças em muita gente. A gostar mais ou menos, vão lembrar-se sempre de que o Rui Borges foi bicampeão. Vou estar na memória de muita gente, mas principalmente dos meus”.
Costuma falar com os jogadores: “Em muitos momentos sim. Falo as coisas de forma natural, às vezes até a brincar. Por exemplo, digo: ‘Ontem a correr para trás está quieto.’ E ele ri-se, mas levou a mensagem de que deveria ter defendido mais. O jogador é um ser humano, ninguém gosta de ser chamado a atenção de forma bruta. Sou de passar a mensagem de forma leve”.
O que que não tolera em campo? “A única coisa que não tolero é faltas de respeito. O respeito tem de imperar sempre. Opiniões aceito, não fugindo ao que é a minha ideia. Gosto muito de ouvir os jogadores, só assim se ligam à minha mensagem”
Como motivar a equipa depois de uma derrota? “Primeiro, segundo dia, ainda custa. Ainda vou mais trancado e a equipa em alguns momentos também. Depois é acreditar e levar o dia a dia de forma feliz, desfrutar do que fazemos. Não tenho por hábito ir ao balneário depois dos jogos, é um momento de muita frustração e alegria. Nessa frustração às vezes pode dizer-se coisas que não são as melhores. Enquanto líder, nunca fui ao balneário”.