Sporting tem todas as possibilidades de ganhar e festejar na Luz

Benfica e Sporting defrontam-se já amanhã sábado, pelas 18h00, no Estádio da Luz, naquele que promete ser um dos maiores jogos em Portugal dos últimos anos. Isto acontece porque os rivais da capital portuguesa decidem o título de campeão nacional nesta penúltima jornada da I Liga.
Como avalia a gestão feita pelo treinador no que diz respeito aos cartões amarelos?
É uma gestão… Eu já estive dentro do balneário e sei que muitas vezes é uma estratégia, mas por vezes as conferências de imprensa não dizem a total verdade. Muitas das vezes diz-se que se confia em todos os jogadores, mas pode não ser o caso ou sentimos que um jogador é mais forte do que o outro. Rui Borges, obviamente, quis defender o Hjulmand para poder jogar na Luz. Poderia ter sido um risco se fosse titular. Poderia ter levado um amarelo. Em termos estratégicos as coisas correram bem, mas eu vejo as coisas de forma diferente. Confio em todos e colocaria o Hjulmand como titular [frente ao Gil Vicente] e não defendia daquela forma, mas compreendo. O Hjulmand é o pilar do meio-campo e o jogador mais forte daquele setor. O Sporting é sempre mais forte com ele em campo.
Quem é o jogador que poderá ser, de facto, decisivo neste dérbi?
Naturalmente, poderá ser o melhor jogador a jogar em Portugal e um dos melhores avançados da Europa: o Gyokeres. É um jogador de grande nível que pode fazer a diferença. No último domingo não esteve ao seu nível, também por mérito do Gil Vicente, mas é um jogador que dentro das características do jogo, pode marcar a diferença.
A pressão existe mesmo neste tipo de jogos ou entrando em campo tudo isso desaparece?
Obviamente que um ou dois dias antes começa a sentir-se uma ligeira pressão e alguma ansiedade. Mesmo antes de entrar em campo e nos primeiros minutos, mas depois vai passando e os jogadores vão estabilizando emocionalmente. É normal acontecer. É o jogo do ano e os jogadores sentem esse peso. É o jogo do título, mas ainda há uma tarefa difícil para ambos na última jornada. O Sporting ganhando, sabe que tem o título ali. É um jogo de enorme pressão, não apenas para os jogadores, como também para as estruturas de Benfica e Sporting. Não será um jogo igual aos outros, mas a pressão é normal.
Que impacto este jogo decisivo no campeonato pode ter, dias depois, na Taça de Portugal?
Acho que não vai ter impacto. São duas competições distintas que ambos querem ganhar. Considero ambos os jogos uma final. Acredito que Benfica e Sporting vão entrar em qualquer jogo com a cabeça limpa para conquistar os títulos. Se calhar quando for a final da Taça, um dos clubes terá uma ferida maior, por ter perdido o campeonato, mas isso também serve de maior motivação para essa equipa.
Este será um dérbi ainda mais quente. A segurança dos adeptos deve ser uma preocupação maior?
Obviamente que sim, mas as pessoas têm de ter a responsabilidade, o civismo e saber estar. Independentemente se houver adeptos misturados, as pessoas têm de saber estar. Mas claro, a polícia tem de definir uma estratégia maior e mais pensada para um jogo de alto risco para não haver desacatos. O grande espetáculo é dentro das quatro linhas. Por vezes lemos que há desacatos entre adeptos do Benfica e do Sporting. Não. São desacatos entre pessoas. As pessoas têm de saber se relacionar e ter civismo.
Prognóstico para o jogo?
Como adepto do Sporting, e tendo uma profissão que vai muito além do meu gosto, diria que o Sporting tem muitas possibilidades de ganhar, apesar de apenas precisar o empate. Acho que o Sporting pode festejar na Luz e tem todas as possibilidades de ganhar. Vou arriscar na vitória do Sporting por 2-1.